terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Bônus e mais bônus

E para os fanáticos pelo Duran Duran vem aí um belo pacote. Após relançarem o disco Rio, de 1982, em CD duplo com versões demo, remix e ao vivo, além de B- sides, a banda prepara para o primeiro trimestre de 2010 o relançamento dos discos Duran Duran (1981) e Seven And The Ragged Tiger (1983).

Atualmente em estúdio, trabalhando no seu 13º disco, com a produção de Mark Ronson, a banda não se apresenta desde julho deste ano. O ultimo show ocorreu no Lovebox Music Festival, em Londres.

Outro lançamento para o próximo ano é o disco So Red The Rose, do Arcadia. Banda formada por Nick Rhodes, Simon LeBon e Roger Taylor, quando o Duran Duran se separou. Vem com um CD extra contendo singles e mais um DVD.

Para quem quiser mais informações sobre os lançamentos, entre no link e procure pelos álbuns.

Duran Duran/ News

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Fim de ano é tempo de caixinha

Pois é, o fim de ano esta próximo, muito próximo. Com ele, vem aquela palavra já bem conhecida em centenas de estabelecimentos: caixinha.

Não importa o modelo, com babado em volta, de madeira, sapato ou mesmo aquelas decoradas com biscuit, tem pra todos os gostos.

Bom, mas para quem não gosta de depositar nada nesses recipientes, resta, então, ir atrás das suas próprias caixinhas. Estas, bem caras.

Estou falando das fabulosas caixas de filmes, discos ou livros que infestaram o mercado neste ano, e outros que já rodam de águas passadas.

Vale destacar que, a não ser que você esteja disposto a desembolsar uma bela grana, é bom nem passar perto desses mimos incríveis.

Alguns (de música) que saíram no ano passado e neste:
O canto da Cigarra nos Anos 70 (Simone)- 11 primeiros discos remasterizados, com faixas bônus, depoimentos da cantora e historia de cada disco. Em média R$ 190,00.

Salve Jorge (Jorge Bem Jor)- 13 primeiros discos, que ele lançou pela Philips, mais um duplo com raridades de 63 até 76. Em média R$250,00.

Camaleão (Ney Matogrosso)- Essa é uma das melhores. São 15 discos de carreira, mais Brazil Night/Montreux 83, com Ney, João Bosco e Caetano Veloso, e um disco com 21 raridades. Todos apresentam textos com curiosidades e depoimentos do cantor, além da parte gráfica, que apresenta capa, contra capa e os rótulos dos vinis originais. Foi um trabalho de três anos do pesquisador e produtor musical Rodrigo Faour. Em média R$ 300,00.

Quarenta anos Caetanos e Todo Caetano (Caetano Veloso)- A segunda, conta com 41 discos. Vai de 1967, com Domingo (Gal e Caetano) até Eu Não Peço Desculpas (Caetano e Jorge Mautner), de 2002. Fora os brindes, como o disco Bicho Baile Show, com Caetano e Banda Black Rio, de 1978 e um disco com singles.
Já a outra se trata de um pacotão, imenso mesmo. São quatro caixas. A terceira, lançada neste ano. A primeira compreende o período 67/74, a segunda é de 75/82 e a ultima é de 83/94. Todas apresentam os discos de trabalho e um com raridades.
Os preços variam muito. Já vi por R$1.300,00 até R$ 800,00 (Todo Caetano) e R$ 550,00 até R$300,00 (Quarenta anos Caetanos).

Wilson Simonal na Odeon (Wilson Simonal)- Essa é a mais em conta. Foi lançada em 2004, mas saiu de circulação dois anos depois. Relançada agora, na onda do filme e da biografia de Simonal. Contém nove discos, lançados de 1961 até 1971, e um disco duplo com raridades. Além de um livreto recheado de informações e fotos. Em média R$110,00.

Tem também aquelas preciosidades que já estão fora de catálogo, podendo serem encontradas ainda escondidas em lojas espalhadas por aí. Estou falando das caixas Mesmo Que Seja Eu (Erasmo Carlos) e os dois box de Nara Leão. Tremenda raridade e preços nada módicos.

É claro que tem muitas outras caixas que você encontra por aí, como a de Chico Buarque, Gilberto Gil, Dorival Caymmi, Nelson Gonçalves, RPM, Clara Nunes, Mário Reis e tantas outras. Tem pra todos os gostos, mas não pra todos os bolsos.

É isso aí, pessoal!

sábado, 26 de dezembro de 2009

Tecladas

Um dos grandes responsáveis por tornar o arranjo da musica marcante ou não. Aquele acorde sutil, o fraseado perfeito. Podendo ir do céu ao inferno, de um disco para o outro, o pianista é um dos cérebros da composição.

Seja acompanhando alguém ou em sua própria carreira, é um musico indispensável, seja lá qual estilo ele tocar.

Por estas bandas, não é preciso falar da qualidade de nossos representantes e são centenas os nomes que poderiam ser citados. Pra começo de conversa o primeiro nome que me surgiu foi o de Antônio Adolfo, responsável por, talvez, os momentos mais inspirados de Ângela Rôro, com discos como Ângela Rorô (1979) e Simples Carinho, que contêm arranjos maravilhosos.

Começou sua carreira nos anos 60, no Trio 3-D. Em 1967 iniciou a sua parceria com Tibério Gaspar e compuseram, entre outras, a clássica "Sá Marina", eternizada na voz de Wilson Simonal. Outro de seus momentos marcantes foi em 1969, quando formou, com Luis Claudio Ramo, Luizão Maia, Victor Manga, e as cantoras Julie e Bimba, o grupo A Brazuca.

Outra carinha conhecida, mas meio oculta, é o eterno 4º Paralama: João Fera. O tecladista entrou na banda em 1986, na época de Selvagem, para marcar para sempre a banda com seus bons arranjos. É difícil imaginar um show do grupo sem a presença do simpático Fera.

Erasmo Carlos, Baby Consuelo, Moraes Moreira, Ney Matogrosso e, claro, A Cor do Som. Todos eles contaram com alguém em comum: Mu Carvalho, irmão do baixista Dadi. Compositor dos bons, além de produtor e arranjador de inúmeras novelas e filmes da Rede Globo e Globo Filmes, Mu tem dedo em trabalhos clássicos, como A Cor Do Som (1977), Moraes Moreira (1975) e Feitiço, de Ney Matogrosso.

Se fosse falar dos pianistas da bossa-nova levaria um tempo imenso, e ainda sim deixaria muita gente de lado. Sendo assim, vou falar de um nome em especial: Tenório Junior. Sua carreira ficou marcada mais pelo seu inexplicável desaparecimento do que pelo seu notável talento. Gravou apenas um trabalho solo, Embalo, em 1964. Uma de suas gravações mais marcantes foi no disco Samba Novo, do baterista Edison Machado.

No dia 18 de março de 1976, Tenório estava em Buenos Aires acompanhando Toquinho e Vinícius de Morais. Depois de uma apresentação foi para o hotel. Por volta das três da madrugada deixou um bilhete, que dizia: "Vou sair para comer um sanduíche e comprar um remédio. Volto logo". Foi preso e torturado durante nove dias por um órgão de repressão argentina. Após terem certeza de que não fazia parte de qualquer militância política, levou um tiro na cabeça. Deixou quatro filhos, uma bela carreira e a esposa grávida.

Este post vai para ele e tantos outros gênios das teclas.



sábado, 19 de dezembro de 2009

Oh criança, isso é só o fim

Um país sem água, animais ou plantas. Pessoas com doenças de pele, problemas respiratórios, órgãos artificiais e diversos tipos de câncer.

Extermínio de miseráveis, segregação, esterilização em massa, caos no trânsito, pobreza aguda, degradação acentuada, contaminação com produtos químicos através de comidas de laboratório.

Um meio ambiente completamente devastado, um local difícil de se respirar, um calor insuportável.

Cenário atual? Em parte. Talvez em menor ou maior escala, é para esse fim que estamos caminhando. Viver e morrer são coisas equivalentes, quando não há a mínima condição para nada. Tudo controlado, racionado. A hora certa para fazer as coisas; um dia específico para comprar, obrigatório, e sujeito à pena, caso não seja cumprido.

No inicio dos anos 80, cientistas começaram a atentar para o rumo que a devastação do meio ambiente estava seguindo. E foi também nessa época, em 81, que Ignácio de Loyola Brandão lançou Não Verás Pais Nenhum. Aborda, de maneira fantástica e um tanto quanto assustadora, aquilo que escrevi no começo deste texto.

Ficção com pitadas de humor, acidamente critico, levanta questões primordiais para o atual cenário do ser humano, como preservação, fim dos recursos hídricos, aquecimento global, aumento do numero de carros, entre outros.

Questões essas que são exaustivamente discutidas, analisadas, debatidas, mas sem o mínimo de progressão. Não importa quantas reuniões de cúpula sejam feitas, quantos tratados sejam assinados, falta sempre o primordial: boa vontade.

Voltando ao livro, o autor descreve um Brasil que vive em constante pressão. O governo (ESQUEMA) controla tudo com mãos de ferro, espalhando seus agentes pelas ruas, visando manter a boa ordem. Os meios de comunicação falam apenas aquilo que vai de encontro às expectativas do esquema. Tudo esta bem, o Brasil é um pais privilegiado, exceto por alguns poucos que querem manchar a imagem da nação, discurso conhecido e tantas vezes usado. Aqui e em todo lugar.

No meio disso, Souza, o personagem principal, busca o amor perdido, ou o alívio de se ver livre de uma relação?, através de Adelaide, sua esposa, enquanto tenta se descobrir. Sua indignação pelo momento é enorme, inconformado com o meio em que vive, com a farsa que o circunda. Cada vez mais abismado com as verdades que lhe são mostradas, mas escondidas de todos. Um país seccionado, vendido, em grande parte, para nações estrangeiras, que mantém suas próprias regras no local, agindo como um pais dentro do outro. Dominado por empresas de fora que exploram o local visando apenas o lucro de seus países de origem. São verdades bem atuais, mas mascaradas por todos.

Se esse é realmente o futuro que deixaremos aos próximos, então, eles “não verão país nenhum”. Uma obra eternamente vistosa, nova e imprescindível.

Ignácio de Loyola Brandão nasceu em Araraquara, interior de São Paulo, em 1936. Estreou na literatura com Depois do Sol, livro de contos, em 1965. Jornalista dos bons, com uma linguagem geralmente voltada ao homem e seus conflitos, Loyola já contabiliza mais de 20 obras, entre contos, crônicas, romances e outros.
Podemos ler seus textos às sextas-feiras, no jornal Estado de São Paulo, no Caderno 2, onde reveza com Milton Hatoum.

Pegando como gancho o recente fracasso do COP 15, onde lideres mundias se reuniram para discutir sobre o controle de emissão de Gás Carbônico e outros poluentes que causam o efeito estufa, o livro serve, talvez não como espelho, mas uma chamada. Um tanto quanto fantasiosa? Tenho minhas dúvidas.
Altamente recomendável.

Disco novo e despedida


E para quem já estava ansioso por mais um disco do Madman, pode se animar. Ozzy Osbourne anunciou para o próximo ano o lançamento de Soul Sucka, seu 11º disco de estúdio.
Com previsão de sair em junho, o disco já tem alguns nomes de faixas divulgadas, como “Let It Die” e a faixa titulo.

O ultimo álbum do cantor foi Black Rain, de 2007. Será o primeiro trabalho com a participação de Gus G.(Firewind) na guitarra, que substitui Zakk Wylde. A produção, assim como o ultimo registro de Ozzy, é de Kevin Churko.

Outra noticia que pipocou recentemente foi o anuncio de shows do A-ha pelo Brasil. A banda já passou por aqui em março deste ano, promovendo o último lançamento: Foot Of The Mountain.

O grupo se despede dos palcos, após 27 anos de atividades e mais de 35 milhões de cópias vendidas de seus nove álbuns. Isso foi anunciado pelos músicos em outubro, através de nota oficial de Morten Harket, Magne Furuholmen e Pal Waaktaar, que alegaram a vontade de perseguir outros objetivos.

O A-há já agendou shows em Bauru, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, todos para o mês de março. Mais datas ainda podem ser anunciadas, de acordo com a assessoria da banda.
O ultimo show do grupo será no déia 4 de dezembro de 2010, em Oslo, Noruega. Cidade natal da banda.



sábado, 12 de dezembro de 2009

Verde, rosa, azul e branco. Algumas linhas sobre uma história



De um lado temos Jamelão, Guilherme de Brito, Xangô, Nelson Sargento, Carlos Cachaça, Cartola, Darci e outros. Na outra ponta temos Monarco, Alvaiade, Noca, Casquinha, Manacéa, e outras estrelas da "constelação de samba".

Para alguns, isso é coisa de terceira idade, de pessoas que já não tem nada para oferecer. Mas o que seria do samba sem o fino toque das velhas guardas, de onde saiu uma infinidade de talentos incontestáveis e outros tantos talentos se filiaram ou declararam seu amor?

A da Mangueira surgiu no fim da década de 1920, quando Cartola notou que o seu bloco, dos Arengueiros, era um dos melhores no batuque e precisava se unir aos outros blocos do morro dos Telégrafos para se tornar uma das “potencias” do samba. O nome surgiu por ser a primeira estação da Central do Brasil onde havia samba.

Segundo Sergio Cabral, a Mangueira foi fundada “numa reunião realizada na casa de Euclides Roberto dos Santos, na travessa Saião Lobato, 21”.

Estavam presentes, além de Euclides, Saturnino Gonçalves, Cartola, Marcelino Jose Cláudio (Maçu), Pedro Caim, Zé Espinguela e Abelardo da Bolinha.

Seu maior puxador de sambas (e talvez o maior de todos os tempos) foi o finado Jamelão, que se “calou” no ano passado. Lembro-me certa vez, assistindo à um show do mestre, Jamelão comentou, irritado, que Cartola pouco fez para a Mangueira, se valendo apenas do nome da escola e nunca se importou muito com ela. Em contrapartida disse que Carlos Cachaça, sim, merecia todo o respeito por parte do pessoal da escola. Brigas de lado, quem sou eu para contestar (?), é difícil desassociar Cartola da Mangueira, mas isso é assunto que me falta um razoável conhecimento para falar.

Mas é bom salientar que, apesar das críticas, Jamelão destacou alguns dos belos sambas compostos por Cartola, sendo o comentário direcionado sobre a sua relação (de Cartola) com a Mangueira.

Já a Portela foi formada em 1934, tendo como origem o bloco Baianinhas de Oswaldo Cruz, formado em 1926, e rebatizado de Vai como Pode em 1928.

Em março de 1934, durante renovação para licença de funcionamento, por proposta do delegado Dulcídio Gonçalves, mudaram o nome para Grêmio Recreativo Escola de Samba Portela. O nome foi em alusão ao local onde o pessoal se reunia, a Estrada do Portela, 412.

Seu personagem mais ilustre é Paulo da Portela (Paulo Benjamim de Oliveira) que fundou a escola com Antônio Caetano, Manoel Bam-Bam, João da Gente, Antônio Rufino, Heitor dos Prazeres, Alcides Dias Lopes e outros.

Como forma de tributo, para a Portela, um disco recomendado é o Tudo Azul, lançado em 1999, com produção de Marisa Monte e arranjos de (fantástico) Paulão 7 Cordas. Com musicas do inicio da escola, algumas nunca gravadas, o disco trás o quilate de Monarco, Argemiro, Jair do Cavaquinho, Casquinha e tantos outros “esquecidos”. Gente que é tão importante como o samba como ritmo mundial.

Pelos lados da Mangueira um dos bons é o disco Mangueira, sambas de terreiro e outros sambas, de 2000. A produção foi de Hermínio Bello de Carvalho, com direção, também, de Paulão 7 Cordas. Carlos Cachaça e Xangô estão entre os que dão o ar da graça ao espetáculo.

Apesar da terrível associação de samba com rebolados, pornografia e marketing, ainda é muito forte, e altamente respeitável, o nome das velhas guardas no Rio e em São Paulo.

Esqueça por um momento o carnaval e sua imagem vendida, apenas ouça e nada mais. A imagem é passageira, sempre vem outra e toma o seu lugar. A arte é eterna, nada susbitui...




sábado, 5 de dezembro de 2009

Ele sabe o que faz

Rod Stewart completou neste ano quatro décadas do lançamento de seu primeiro disco, The Rod Stewart Álbum. O cantor entrou para o rol dos grandes artistas com os trabalhos seguintes: Gasoline Alley (1970), Every Picture Tells a Story (1971), Never a Dull Moment (1972) e Smiler (1974).

Na verdade, a carreira desse inglês vem de antes, dos grupos obscuros Jimmy Powell and the Five Dimensions e o Hoochie Coochie Men, onde abriu para Rolling Stones e Walker Brothers e chegou a gravar um disco.

Em 1966 entrou para o Jeff Beck Group, e foi aí que começou a ser lapidado o seu sucesso. Com o grupo lançou os álbuns Truth (1968) e Beck–Olá (1969). Após sair da banda, foi chamado para integrar o Cactus, mas rejeitou, entrando depois para o Small Faces, substituindo Steve Marriott, que foi para o Humble Pie. Nessa empreitada estava Ron Wood, que foi baixista do Jeff Beck Group.

Mudaram o nome para The Faces e lançaram, em 1970, First Step. Nesse ínterim, Stewart já havia lançado seu primeiro disco solo, como mencionei no começo do texto.
Rapidamente a sua carreira solo estava fazendo mais sucesso do que com o The Faces, que participavam das gravações de Stewart. Em 1974 estava tudo acabado, e o inglês estava livre para fazer sues vôos particulares.

É nessa primeira metade da década de 70 que clássicos como “Maggie May”, “You Wear It Well”, “Man Of Constant Sorrow” e “Mandolin Wind” foram lançados e o nome de Rod Stewart virou sinônimo de boas canções. O cantor nunca escondeu suas influências, principalmente dos cantores de soul, em especial Sam Cooke.

Nas décadas seguintes os sucessos aumentaram, as musicas mudaram e seu nome se consolidou em definitivo.
Desde 2004 que o cantor vem prestando tributos e tributos, primeiro foram com clássicos standarts da musica americana, depois com sucessos do rock dos anos 70, e por último uma volta às influencias: Soul Book, perolas da Motown e de cantores do movimento soul.

“São as canções ao som das quais dancei, namorei, gritei e que me acompanharam toda a vida. Estas canções foram o oxigênio que alimentou a minha paixão pela música”, declarou Stewart.
Com participações de Stevie Wonder, Mary J. Blige e Jeniffer Hudson o álbum mostra um cantor calejado, com a manha necessária para cantar; sem frescuras na voz. Claro e ciente de seu talento. “You Make Me Feel Brand New”, If You Don´t Know Me By Now” e “You Really Got a Hold On Me” são algumas das musicas interpretadas no disco.

Alias, 2009 ganhou, alem do tributo de Rod Stewart, o bom disco de covers do Tower Of Power, Great American SoulBook, com versões, entre outras, de “Me & Mrs. Jones”, “Heaven Must Be Missing An Angel” e “It Takes Two”, sucessos indiscutíveis da musica negra.

E falando em musica negra 2009 também apresentou a volta de um velho medalhão do estilo, Smokey Robinson. Na verdade este post seria sobre ele, mas acabei me desviando, e bastante.
Enfim. Ficam as dicas para alguns bons discos neste final de ano. Ah, o de Smokey se chama Times Flies When You´re Having Fun.
Para quem quiser escutar o disco de Rod Stewart, entre no link.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Filme e disco em andamento

E parece que chegou a vez dos Kinks estrearem nas telas de cinema. Com o título de “You´ve Really Got Me”, clássico do grupo, o trabalho esta sendo filmado por Julien Temple, conhecido pelos filmes sobre o Sex Pistols, “The Great Rock’n'Roll Swindle” e Joe Strummer, do The Clash, “Joe Strummer: the Future is Unwritten”.

A banda foi formada em Londres em 1964, pelos irmãos Ray, que está trabalhando na produção do filme, e Dave Davies, e coleciona clássicos do rock, como “Victoria”, “You Really Got Me” e “Waterloo Sunset”.

Recentemente o lider Ray Davies anunciou que a banda esta trabalhando em um novo álbum de inéditas, e já contam com cinco musicas. Os integrantes são, alem da Ray, o baterista original, Mick Avory, o baixista Jim Rodford e o tecladista Ian Gibbons. A duvida é se Dave Davies ira participar também, o guitarrista sofreu um derrame cerebral em 2004. Segundo Ray, o fato está sendo analisado e ele não descarta a possibilidade de contar com o irmão novamente.

O ultimo disco do grupo foi Phobia, de 1993. A banda se separou três anos depois, para projetos solo dos integrantes.



sábado, 28 de novembro de 2009

Ritmo nas veias. Entrevista com Airto Moreira

Certamente um dos maiores instrumentistas brasileiros, Airto Moreira já contabiliza mais de 40 anos de carreira, no Brasil e exterior. Acompanhou uma leva inestimável de grandes músicos, como Miles Davis, Chick Corea, Moacir Santos, César Camargo Mariano, Hermeto Pascoal, Oscar Castro Neves e tantos outros.

Nascido em Itaiópolis, Santa Catarina, começou ainda criança no mundo da musica, e nunca mais largou.

Da sua extensa discografia solo destaco os álbuns Natural Felling (1970), Virgil Land (1974), Touching You, Toching Me (1979) e The Other Side of This (1992). Também não há como deixar de citar os essenciais Bitches Brew, de Miles Davis (1968), Sambalanço Trio (1964) e Quarteto Novo (1967).

Seja sozinho ou com sua mulher, a cantora Flora Purim, o baterista e percusionista continua na sua missão de espalhar o ritmo por todos os cantos onde se apresenta.

É com orgulho que o Batida Sonora entrevistou Airto Moreira.

BSVocê iniciou a carreira em 1954, tocando com o Jazz Estrela. Logo depois começou a trabalhar como crooner em casas noturnas de Curitiba. É isso mesmo, como foi?

Moreira - Eu comecei como percussionista profissional com 9 anos de idade com um acordeonista em Ponta Grossa / Paraná. Já era pago para tocar desde então.

BS Em 1962 você passou a tocar com o Sambalanço Trio. Foi o seu primeiro grande trabalho, já que tocaram na inauguração do João Sebastião Bar, templo da bossa em São Paulo e acompanharam o dançarino Lennie Dale?

Moreira - Não me lembro o ano pois faz muito tempo, mas foi por aí. Quanto à música, as pessoas gostavam muito. E eu, o Cesar Camargo Mariano e o Clayber trabalhamos quase dois anos lá até eu viajar para o Rio de Janeiro com Lenny Dale.

BS Foi depois desse período que surgiu o Quarteto Novo? O disco é realmente muito bom, qual foi a razão do grupo ter acabado? Nunca houve uma conversa para uma possível volta, ou um simples show?

Moreira - Foi depois. O grupo acabou porque o Geraldo Vandré foi embora para o exterior e o trabalho ficou muito escasso, então eu viajei também e o grupo acabou. Foi pena, pois até hoje foi o melhor som que eu fiz. Ofertas tiveram várias mas infelizmente não deu para coordenar os interesses e agendas de todos.

BS No fim da década de 60, você se mudou para os Estados Unidos. Além de ir se encontrar com a sua futura esposa, Flora Purim, havia a vontade de alcançar voos mais altos na carreira?

Moreira - Não. Eu fui para trazer a Flora de volta, e aqui estou ate hoje. E ainda bem que o plano falhou pois estamos juntos há 44 anos e continuamos tocando música no mundo inteiro. Isso é como um sonho que continua se tornando realidade.

BS A primeira pessoa com quem você tocou por lá foi Moacir Santos? A cena norte-americana, daquela época, era muito diferente do que aqui no Brasil? Acho que você já deve ter respondido a essa pergunta centenas de vezes. Foi o seu trabalho com Miles, que começou no Bitches Brew, que abriu as portas para a sua carreira?

Moreira - Toquei quase um ano com o Moacir e aprendi bastante. A cena norte-americana naquela época era bem diferente. Para começar todo mundo falava inglês, menos eu, e falando sobre música, era a mesma coisa; nos Eestados Unidos se tocava jazz e música comercial americana, e no Brasil se tocava bossa nova. Quando eu comecei a trabalhar com o Miles foi como se minha vida musical tivesse começado naquele momento e nos dois anos e meio que trabalhei com ele, me senti como se fossem 10 anos de aprendizado.

BS Você sempre se destacou pela sua inusitada “injeção” de ritmos brasileiros nas musicas que toca. Como aconteceu esse contato tão forte com a percussão?

Moreira - Sempre tive um contato forte com a percussão. Quando eu tinha 5 anos de idade eu já tinha inventado 8 instrumentos com coisas que eu achava na rua. Eu não parava um momento de pensar em sons e rítmos, isto é, já era um percussionista.

BS Anos atrás, você se envolveu na carreira acadêmica, dando aulas na UCLA. Conte um pouco sobre isso. Pensa em voltar?

Moreira - Não, aquilo foi um contrato de 3 anos e foi uma experiência apenas. O que eu gosto mesmo é de tocar ao vivo para as pessoas, pois acho isso altamente espiritual e necessário para um músico profissional.

BS Dentre tantos trabalhos que você participou, há algum, ou alguns, que mais lhe agradem?

Moreira - Sambalanço Trio, Quarteto Novo e Miles Davis

BS Os seus discos nunca foram muito fáceis de se encontrar no mercado nacional. Nunca houve um contato para lançá-los por aqui?

Moreira - Parece que não.

BSVocê acompanha a cena da atual musica brasileira¸ tem alguém que você possa destacar?

Moreira - O meu favorito é o Lenine. Além de ser um ótimo instrumentista e arranjador é de um nível intelectual totalmente brasileiro e ao mesmo tempo internacional.

BS Cite três momentos marcantes na sua carreira.

Moreira - Quando ajudei a formar o Weather Report, quando toquei um ano e meio com o Return To Forever, quando toquei com Miles Davis no festival na ilha de Wight, na Inglaterra, que foi um dos maiores festivais do mundo, com mais de 600 mil pessoas. Também, minha participação no Quarteto Novo, que também ajudei a formar; foi uma das melhores experiência musicais que tive.

BS Algumas palavras finais.

Moreira - Se você já é um músico profissional, continue tocando para o resto de sua vida, pois é uma forma importante de comunicação universal. Se você ainda não é um músico profissional, pense bem antes de continuar, pois é um compromisso de vida e não uma carreira.

*Quanto ao show que ele citou, o da Ilha de Wight, abaixo o vídeo da apresentação, uma parte. Na ocasião, além de Miles e Airto, estavam na palco, entre outros, Chick Corea, Keith Jarrett e Jack DeJohnette.

Não é agora

Afastado dos palcos há três anos, o cantor David Bowie parece não estar muito a fim de encarar uma platéia novamente.

Boatos recentes diziam que Bowie iria se apresentar na próxima edição do festival de Glanstonbury, que ira completar 40 anos de historia. No entanto, em seu site oficial, o cantor desmentiu tudo.

No início do ano, o inglês já havia desmentido sobre um possível álbum de inéditas que estaria gravando.

Incontáveis sucessos, fama extrema, milhões nos bolsos, discos fantásticos; artistas como Paul McCartney, Elton John e o próprio Bowie chegaram numa fase de olhar a sua historia, e nada mais, apesar dos dois primeiros ainda se apresentarem. É normal que haja uma pausa, muitas vezes eterna, de um artista. Resta, para os fãs e aqueles que nunca viram Bowie ao vivo, procurar algum DVD ou se contentar com os vídeos do Youtube. Eu me incluo entre eles.

Quanto ao Glastonbury, que este ano contou, entre outros, com apresentações de Neil Young, The Specials e Bruce Springsteen & The E Street Band, já fechou com o U2 para o próximo ano, e ainda tenta com os Rolling Stones e outros nomes de peso.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Plugados, barulhentos e geniais

Quem não gosta de ir a um show, ver o artista do coração, gritar, rasgar as roupas, empurrar os outros, enfim... coisas de shows. Mas nem sempre isso é possível, pelo menos pra quem mora aqui no Brasil. Quando calha de determinada banda aparecer... bem, acontece algo como a novela AC/DC, que prefiro não comentar, de tão ridícula.

Para aqueles que nunca tiveram a oportunidade de ver seus grandes ídolos em carne e osso, Batida Sonora selecionou 10 álbuns ao vivo que apresentam artistas no auge de sua potencia criativa (talvez não). Alguns já pisaram, mais de uma vez, em terras brasileiras, mas não custa lembrar.

Unleashed The East- Judas Priest
Há quem torça o nariz para este disco. Gravado em Tóquio e lançado em outubro de 79, trazia o Judas Priest extremamente afiado. Rob Halford ainda não era o “Metal God”, mas já lançava as bases para a explosão Heavy Metal dos próximos anos. O álbum foi produzido por Tom Allom que, a partir deste disco, trabalhou com o Judas até o penúltimo lançamento, Angel of Retribution. Apesar dos ajustes feitos em estúdio, o álbum e extremamente bom, com destaques para "Diamonds & Rust" e a versão definitiva de "Victim of Changes". Eles estavam na turnê do Hell Bent For Leather .

No Sleep Till´Hammersmith- Motorhead
Lemmy e sua trupe estavam no auge da pancadaria quando lançaram este disco. Apesar do título, não foi gravado no Hammersmith Odeon, mas em 4 cidades: Leeds, Newcastle e Norfolk, na Inglaterra, e Belfast, na Irlanda do Norte; o Hammersmith fica em Londres. Em 81 o Motorhead estava com sua formação clássica: Lemmy Kilmster com seu eterno baixo Rickenbaker, Phil Animal Taylor na bateria e Fast Eddie Clark na guitarra. O disco foi gravado na turnê do Ace Of Spades. Apesar da gravação não ser das melhores, mostra o trio em plena forma artística (nos termos MOTORHEAD, é claro), destacando "Iron Horse", "Bomber", "Stay Clean", ah ta bom, o disco inteiro é bom. Ponto final.

Live & Dangerous- Thin Lizzy
Este é clássico demais. Gravado no ano de 77, durante a turnê dos discos Johnny The Fox e Bad Reputation, trazia o Thin Lizzy em grande forma. Contando com uma de suas melhores formações, senão a melhor, que tinha Brian Downey – bateria, Scott Gorham – guitarra, Phil Lynott – baixo e voz e Brian Robertson – guitarra, o album é mais um caso de “ao vivo no estúdio”.
As únicas partes ao vivo deste disco são as da bateria e o público, todo o resto foi gravado em estúdio. Para quem gosta de perolas como “Rosalie”, “Johnny the Fox Meets Jimmy the Weed” ou a baladona "Still In Love With You", é uma otima pedida.

World Wide Live- Scorpions
A década de 80 representou o ponto alto na carreira do Scorpions. Os alemães haviam atravessado os anos 70 com seis discos, mudanças de formação e alguns hits na bagagem. Na virada da década, o grupo abraçou o som que estava em evidência: aquela sonoridade que nos remete a uma apresentação em grandes estádios, o estouro do Hard Rock de arena. O disco Animal Magnetism (1980) já apontava para as mudanças no som da banda, que iriam ficar evidentes em Blackout (1982) e eternizados em Love At First Sting (1984). Gravado durante a turnê deste, World Wide Live mostra todo o poder de fogo da banda, em hits como "Coming Home", "Big City Nights" e "Dynamite". O grupo ainda continua com suas apresentações eletrizantes, mas… cada beleza na sua época. Ótimo disco.

Live- Entertainment or Death- Motley Crue
Este disco é muito bacana e faz um apanhado da carreira do Motley Crue de 82 até 99, ano em que Randy Castillo comandava as baquetas. O trabalho só não cobre a fase John Corabi, o que é uma coisa obvia, visto a irrelevância do material em relação à toda a sua discografia, não pela qualidade. O Motley é uma das mais famosas e duradouras bandas da safra Hard Farofa (termo rídiculo, por sinal), tendo lançado nove discos em seus 28 anos de carreira. Entertainment passeia pelas desafinadas clássicas de Vince Neil ate as performances alucinadas de Tommy Lee. E, claro, composições do início da carreira, como a pouco inspirada "Merry-Go-Round", numa versão de 82, até musicas mais elaboradas, como a ótima "Dr. Feelgood", em show de 99. De amadores para mestres do entretenimento, o disco mostra a ascenção do grupo.

Live & Loud- Ozzy Osbourne
Ozzy Osbourne é uma divindade no rock. Com inumeros discos gravados, seja com o Black Sabbath ou carreira solo, o musico tem uma trajetoria de altos e baixos. Solo, lançou cinco disco ao vivo, um deles sendo Ep, todos muito diferentes um do outro. Live & Loud saiu em 1993, gravado na turnê do disco No More Tears. Ozzy estava no máximo de sua carreira pós Sabbath, e contava com uma banda afiadíssima: Randy Castillo (olha ele aí de novo), Zakk Wylde e Michael Inez. Além de versões poderosas para "I Don´t Want To Change The World", "Bark At The Moon", "Mr. Crowley", entre outras, o disco traz a musica "Black Sabbath", gravada em Costa Mesa com os membros originais do Black Sabbath. Esse episódio culminou com a segunda saída de Ronnie James Dio do grupo, mas isso é outra história. Talvez por Live & Loud ter sido o primeiro disco de rock que comprei, ou simplesmente porque ele é bom mesmo, não sei, o fato é que o trabalho é insdicutivelmente fantástico, e traz o Madman soberano.

Arena- Recorded Around The World 1984- Duran Duran
Este com certeza apresenta uma banda no máximo de sua força criativa: o Duran Duran na primeira metade da década de 80. Com três discos na época: Duran Duran (81), Rio (82) e Seven and The Ragged Tiger (83) o quinteto lançou Arena contendo a maioria de seus sucessos até o momento. "Is There Something I Should Know", "Save A Prayer", "The Chauffer" estão todas presentes, além da inédita "The Wild Boys", produzida por Nile Rodgers. Este disco representou o fim da era de ouro da banda, que só iria contar com a formação clássica 20 anos depois. No entanto, não passaram de dois discos, um deles ao vivo. Arena mostra uma das mais influentes bandas dos anos 80 em pleno estado criativo. Em 2004, foi lançado uma versão com duas musicas bonus: "Girls on Film" e "Rio".

Live!- The Police
O The Police teve uma carreira tão curta e igualmente tão fantástica, que é pratiamente impossível dizer que eles estiveram no auge em determinado tempo e noutro não. Todos os cinco discos são escenciais, e relamente não consigo destacar um do outro. Bom, o primeiro, e unico, registro ao vivo do grupo só foi lançado 12 anos apos terem encerrado as atividades. Live! traz o Police em duas perfomances. O primeiro CD é de uma apresentação em Boston, em 1979, durante a turnê de Reggatta de Blanc. Nesta apresentação, o grupo está bem mais cru, com uma pegada punk, pesada, típico da época. Vale lembrar que Reggatta foi o primeiro disco de sucesso do grupo, onde clássicos como a faixa título e "Message in A Bottle" mostraram do que a banda era capaz. O segundo disco é de um show am Atlanta, em 1983, durante a turnê de Synchronicity. Já traz a banda bem mais madura, com composições mais elaboradas e complexas. No entanto, como ponto negativo, no segundo disco algumas musicas contam com cantores de apoio, o que as tornam obras de difícil assimilação, distanciado do estilo cru do primeiro disco.

All Those Wasted Years- Hanoi Rocks
Uns dizem que era punk demais, outros já falam que foram um dos alicerces do hard rock. No fundo é apenas rock´n´roll. Básico, batido, mas fundamental; a frase e a banda.
O Hanoi Rocks chama a atenção, primeiro pela sua origem: são finlandeses, apesar da carapaça glam inglesa. A outra é a sonoridade. Tinha influencia tanto dos papas do rock, como Chuky Berry, até New York Dolls e The Stooges.
Este disco foi gravado no Marquee Club, em Londres. Clássicos como "Taxi Driver", "Visitor" e "Don´t Never Leave Me", além de covers para Alice Cooper, Stooges e a básica "Train Kept-A-Rollin´" são apresentadas numa sonoridade crua e chocante, como manda a cartilha do estilo. Grande disco, que representou o ultimo lançamento da formação clássica da banda. O baterista Razzle morreu em um acidente de carro, provocando profundos problemas com os remanescentes. Apesar de ainda tentarem com Terry Chimes (ex- The Clash), o grupo se separou, só voltando em 2002 e encerrando as atividades sete anos depois.

If You Want Blood, You Got It- Ac/DcJa que citei o AC/DC no começo deste post, nada melhor do que fechar com os australianos. Este disco traz a banda num dos melhores momentos de sua carreira. A turnê de Powerage, que antecedeu Highway to Hell. Além de ainda contar com Bon Scott nos vocais, as musicas da banda, até aquele momento, apresentavam o som típico que caracterizou a banda: o blues encharcado em whisky e riffs alucinantes de Angus. De "Riff Raff", passando por "The Jack" e "Whole Lotta Rosie" até "Let There Be Rock" e "The Rocker", a álbum é o registro de uma banda que ja era grande e passou ao mainstream dois anos depois.

É isso aí. Depois de coçar a cabeça, reescrever, ir e voltar, eis que terminei com isso. Não foquei em bandas de pop e rock por algum motivo específico, pois gostaria de falar sobre outros estilos ou mesmo discos que ficaram de fora. Mas como essa lista não tem o intuito de “os melhores”, então acho que está bom.
Quem tem esses discos, continuem escutando. Para os outros, vão atrás.
Abraços.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Essas cidades

Às vezes penso que os shows de verdade ocorrem em duas cidades: Londres e Nova Iorque. Todas as outras cidades do mundo ficam com as sobras. É lógico que há uma tremenda loucura nisso tudo, pois esta frase não tem tanto fundamento assim. Mas é fato que, para quem mora nessas duas cidades, a probabilidade de ver uma variedade de bons shows é enorme. Locais não faltam, seja um bar com espetacular infra-estrutura ou acolhedoras e clássicas casas de show.
Sendo assim, quem estiver em Nova Iorque nos dias 29 e 30 deste mês terá a oportunidade de assistir dois shows em comemoração ao 25º aniversário do Rock and Roll Hall Of Fame. Os concertos serão no Madison Square Garden, e fazem parte de um tributo de dois dias à história do rock.
A programação é a seguinte:

Quinta-feira, 29 de Outubro
Bruce Springsteen & The Street Band
Simon & Garfunkel
Crosby, Still, Nash & Friends
Paul Simon
Stevie Wonder

Sexta Feira-30 de Outubro
Eric Clapton
Aretha Franklin
Metallica (com Ozzy Osbourne)
U2

Tudo bem. Se você estiver em Londres, no dia 25, poderá ver o show do The Faces, ex-banda de Rod Stewart e Ronnie Wood. Separados desde 1975, quando encerraram as atividades, o grupo irá contar com o tecladista Ian McLagan, o baterista Kenney Jones e o guitarrista Ronnie Wood, além de Bill Wyman (ex-Rolling Stones) substituindo o baixista Ronnie Lane, morto em 1997.
Já que Rod Stewart estará tocando nos Estados Unidos no dia o show, vão participar das vozes um grupo de vocalistas, incluindo a ex-Spice Girl Mel C, Mick Hucknall, do Simply Red e Mark King e Mike Lindup, ambos do Level 42, entre outros.
O show será no Royal Albert Hall, em celebração aos 75 anos do Members Benevolent Fund, fundo de amparo para músicos e suas famílias criado pelo PRS, órgão britânico responsável pela arrecadação de direitos autorais.
E por aqui ficamos com nossas pérolas nacionais, espalhadas pelos palcos brasileiros. E olha que isso é coisa que muito estrangeiro inveja, amém.

Confira programações completas:

Royal Albert Hall

Madison Square Garden

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

O gosto pelas crônicas


"Quando eu era menino, os mais velhos perguntavam: o que você quer ser quando crescer? Hoje não perguntam mais. Se perguntassem, eu diria que quero ser menino".


Não sei por onde começar. Pela morte ou nascimento, livros ou amizades? Não importa, Sabino esta alem desses temas.

Hoje, estaria completando 86 anos; ontem, fez 5 anos de sua morte. Escritor dotado de incrível senso para o humor, olhar aguçado do cotidiano, transformado em maravilhosas crônicas ao longo dos anos.

Me lembro que quando fiquei sabendo da morte de Sabino, algo mudou em mim. Por alguns anos, ele foi o escritor que preencheu dias e dias de minha vida. Devorava suas crônicas com extrema fome, saboreando e engolindo silaba por silaba.
Dentre todos os gêneros literários, a crônica é um dos meus preferidos, justamente por causa de Rubem Braga, Stanislaw Ponte Preta e, principalmente, Fernando Sabino.

Talvez ele tenha escolhido o dia mais propicio para seu nascimento, Dia das Crianças, totalmente justificável no seu epitáfio: "Aqui jaz Fernando Sabino, que nasceu homem e morreu menino.”
E foi isso que ele demonstrou durante sua vida, um olhar de criança sobre todas as mazelas de ser um adulto. Tudo vira historia, narrada, mudada, aumentada.

Entre contos, cronicas, romances e novelas, escreveu mais de 30 livros; difícil destacar algum. Posso citar: O Econtro Marcado (1954), primeiro romance; De Cabeça para Baixo (1989), sobre suas idas e vindas ao longo dos anos; O Homem Nu (1960), A Mulher do Vizinho (1962), A Companheira de Viagem (1965), Deixa o Alfredo Falar! (1976), todos de crônicas; Cartas na Mesa (2002), correspondências com os amigos Paulo Mendes Campos, Otto Lara Resende e Helio Pelegrino; Livro Aberto (2001), paginas soltas ao longo do tempo, como diz na capa. Bom, não consigo realmente destacar algum, todos apresentam uma unidade digna de figurá-los como grande obra literária.

Alem de escritor, Sabino foi nadador, funcionário público, produtor de documentarios, jornalista, critico literário, locutor de programa infantil, dentre tantas outras profissões. Estreiou em livro em 1941, com Os Grilos Não Cantam Mais, seguido de A Marca, em 1944. Em 1946, muda-se para Nova Iorque, onde reside por dois anos. Esse tempo ficou retratado no livro Cidade Vazia, de 1950. Somente em 1957 é que passa a viver exclusivamente de escrever. Fundou em 1960, junto com Rubem Braga e Walter Acosta, a editora do autor. Em 1964, é contratado, durante o governo João Goulart, para exercer as funções de Adido Cultural junto à Embaixada do Brasil em Londres. Em 1967, fundou, com Rubem Braga, a Editora Sábia, responsável pela difusão no Brasil de nomes como Mario Vargas Llosa, Jorge Luiz Borges, Pablo Neruda, Gabriel Garcia Márquez e Manuel Puig. Em 1979, retoma e acaba em dezoito dias “O Grande Mentecapto”, livro que havia iniciado 33 anos antes. A obra foi adaptada para cinema e teatro.

Em 1999 recebeu o Prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto de sua obra. No fim do discurso, algumas palavras que sintetizam a sua carreira de escritor: “falei que escrevo crônicas, entre um romance e outro. Para encerrar esta crônica-discurso autopromocional, devo confessar que, alem de alguns livros de contos de novelas, escrevi três romances: “O Encontro Marcado”, inspirado no jovem que fui; “O Grande Mentecapto”, no doidivanas que continuo sendo; “O Menino no Espelho”, na criança que eu gostaria de voltar a ser”.Doou o prêmio de R$40 mil para crianças carentes, ato que já havia feito em 1992, quando foi premiado pelo livro “Zélia, Uma Paixão”.


E Sabino se foi.
O menino voltou para o espelho.
Alfredo falou, gritou, chorou.
Viramundo se desvirou para a despedida.
Tudo ficou de cabeça para baixo, e Sabino
foi para cima.
Foi se encontrar com Paulo, Otto, Helio;
O encontro marcado.
A cidade ficou vazia, foram todos se despedir.
A falta que ele fará,
vocês não imaginam.
No tabuleiro de damas
uma partida de 80 anos,
enfim acabou.
As lacunas ficaram sem peças,
só restaram as lembranças
da grande mente de Sabino.
Mauro, Geraldo, Seu Marciano,
Eduardo, Hugo, até a mulher do vizinho
e a companheira de viagem,
todos foram à despedida.
Naquele dia, os grilos cantaram sem parar,
E quando o esquife desceu 7 palmos
1000 palmas se fizeram ouvir
Adeus, Sabino.
14/10/2004
Escrevi isso poucos dias depois dele falecer, sem pretensão nenhuma, só palavras bobas.

sábado, 10 de outubro de 2009

Saindo de casa

Com 64 anos, 38 de carreira, a cantora Carly Simon fará seus primeiros shows no velho continente. Parece estranho, mas é isso mesmo. Autora de musicas como "You´re So Vein", "Antecipation" e outros sucessos, a artista estará divulgando seu último disco, Never Been Gone.
Carly Elisabeth Simon nasceu em Nova Iorque em 1945. Iniciou a carreira no inicio da década de 1960, ao lado de sua irmã. O primeiro álbum é de 1971, mas foi com o terceiro disco, No Secrets, de 1972, que a cantora começou a ganhar fama. O trabalho trouxe a musica "The Right Thing To Do" e "You´re So Vain" como grandes destaques.
Dois fatores que impedem a artista de se deslocar tanto para shows são: o medo dos palcos e de voar.
"Gosto de tocar em lugares pequenos, porque sou muito melhor em um ambiente intimista do que em uma casa de show grande onde não vejo ninguém. Eu realmente gosto de ver as pessoas para as quais estou cantando", disse a cantora em entrevista para a Reuters.
Quanto as primeiras aparições em terras européias Carly falou: "vou fazer o que Elvis deveria ter feito", referindo-se ao fato de que o Rei do Rock nunca se apresentou fora dos Estados Unidos.
Fonte da materia: G1

sábado, 3 de outubro de 2009

Um modelo seguido

Grande fã de Frank Sinatra e Tony Bennett, sempre tentou chegar ao máximo perto de seus ídolos, como cantor. Além de um exímio interprete, é um grande compositor, com uma carreira que já passa dos 30 anos. Este é Scott Walker.

Nascido Noel Scott Engel, em janeiro de 1943, começou a carreira ainda menino, em fins da década de 50. Ganhou fama quando formou os Walker Brothers, com John Maus e Gary Leeds. O grupo lançou inúmeras baladas, sendo que o primeiro grande êxito foi com a gravação de “Make it Easy on Yourself”, da dupla Bacharah/ Davies, alcançando o #1 na parada inglesa e #16 na americana.
A musica foi seguida dos sucessos "My Ship Is Coming In" e "The Sun Ain't Gonna Shine Anymore". Já nessa época, por volta de 1966, Walker chamava a atenção pela exuberância de sua voz. O grupo acabou em 67, voltando para uma breve turnê no ano seguinte. Seus últimos singles foram "Stay With Me Baby", que ganhou excelente regravação do Whitesnake anos depois, e "Walking In The Rain".

O primeiro disco solo de Walker foi gravado ainda em 67, com o simples título de Scott. O trabalho trouxe 2 gravações de uma de suas maiores influências: o compositor belga Jacques Brel. Walker seguiu nos seus discos auto-intitulados até 69, quando lançou Scott 4, considerado um de seus melhores trabalhos, e que musicas como “The Sevent Seal”.
O cantor se reuniu com os Walkers Brothers em 1975, lançando três álbuns: No regrets, Lines e Night Flight.

Seu último trabalho foi The Drift, de 2006. No mesmo ano foi lançado o documentário Scott Walker 30 Century Man.
O musico não é tão conhecido, muito pela pouca ou nenhuma vontade de apareçer, sendo extremamente reservado em sua vida. Walker é mais do que um ótimo compositor, tendo influenciado um considerável time de notáveis, como David Bowie, David Sylvian, Sting, entre outros.
Para quem quiser conhecer um pouco de sua extensa obra, uma ótima pedida é a compilação No Regrets. The Best of Scott Walker & The Walker Brothers.




segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Assunto pra toda hora

Falta de assunto e idolatria, dois assuntos que andam constantemente juntos. Um dando mais poder e vida ao outro.
Qualquer fato relacionado aos Beatles e seus membros vira notícia instantânea, mesmo que não seja algo relevante.

Parte1* O historiador Kevin Roach, que está trabalhando na biografia da família McCartney, encontrou nos arquivos da Biblioteca Central de Liverpool uma redação escrita por Paul aos 10 anos de idade.
Roach disse que o texto é “avançado – você diria que foi escrito por alguém com mais de dez anos de idade, talvez 14 ou 15”.
Uma noticia sem o mínimo de impacto, que só serve para mostrar o quando as pessoas gostam de idolatrar os outros. Talvez tenha alguma importância para o trabalho de pesquisa de Roach, nada mais.

Parte 2* O filme This Is It, que relata os últimos ensaios de Michael Jackson, bateu recorde de venda de ingressos antecipados. Em aproximadamente 2 horas, 3000 ingressos foram vendidos no ultimo domingo. Só no Japão, mais de US$1 milhão foram arrecadados na venda de ingressos. O filme so estréia no dia 28 de outubro, portanto daqui um mês. Visto todo o alarde e mistério que cercou o enterro do ídolo, caixão de ouro, luvas de pérolas, filhos desconhecidos, declarações dos mais diversos tipos, sem contar nas palavras sem conteúdo do senhor Joe Jackson, pai de Michael, os fãs parecem não estar se importando muito. O necessário é assistir ao filme como se fosse o ultimo show de Michael, é isso aí.
E é o que mais se tem lido e escutado ultimamente: morte e espolio de Michael Jackson e 40 anos de Abbey Road. Os Beatles de Jacko nunca sairão de moda.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

O mago das melodias

Quando eu era criança, uma coisa que gostava de fazer era fuçar nos discos e fitas de meu pai. Não era uma grande coleção, mas me chamava a atenção enormemente. Entre os títulos, alguns nunca me esqueço, como a trilha sonora de Saturday Night Fever, Children Of The World e Spirit Having Flown, dos Bee Gees, e um em especial: Captain Fantastic & The Brown Dirt Cowboy, de Elton John.

É bom frisar que não foi propriamente o som que me marcou, mas a capa. As musicas, só fui ouvir com atenção uns 15 anos depois. Passava horas e horas olhando para aquele emaranhado de figuras, tentando encontrar o máximo de “coisas escondidas”. Um homem carregando um relógio, um castelo de cabeças, mãos saindo da parte de cima de um chapéu, e uma profusão de animais estranhos. Fantástico, mesmo. Lembro que eu, meu irmão e meus primos levávamos muito tempo decifrando aquela capa. Essa que vocês estão vendo é só uma parte. Ao abrir o disco, vemos as duas, formando uma espetacular alucinação.

Quanto as musicas, se tratando de Elton John, ainda mais dessa fase, não é preciso dizer que são extremamente sensacionais. Com suas melodias cativantes, refrões bem estruturados e a típica musicalidade do artista. O titulo do álbum faz referência ao próprio Elton como Captain Fantastic e seu grande parceiro de composições, o letrista Bernie Taupin como o Brown Dirt Cowboy. Sendo assim, a obra funciona como uma autobiografia de ambos. A versão original do álbum, de 1975, possui apenas 10 musicas. Ao ser relançado em 1996, trouxe as faixas "Lucy in the Sky With Diamonds", "One Day (At a Time)" e "Philadelphia Freedom". A edição comemorativa dos 30 anos, de 2005, ainda trouxe a faixa “House Of Cards”, que havia saido como lado B de Someone Saved My Life Tonight, e um show gravado em junho de 1975, no estádio de Wembley. A magnifica arte gráfica desse disco é obra de Alan Aldridge, que já trabalhou com Cream, Beatles, The Who, Tears for Fears, entre outros.

O disco foi o nono da carreira de John, e o primeiro a alcançar o topo das paradas americanas, permanecendo durante 7 semanas no #1.

Não sei que fim deu o disco, assim como todos os outros da coleção de meu pai, só sei que guardo Captain Fantastic com enorme saudade.
Ah, hoje meu pai está completando 51 anos. Parabéns...

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails