segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Assunto pra toda hora

Falta de assunto e idolatria, dois assuntos que andam constantemente juntos. Um dando mais poder e vida ao outro.
Qualquer fato relacionado aos Beatles e seus membros vira notícia instantânea, mesmo que não seja algo relevante.

Parte1* O historiador Kevin Roach, que está trabalhando na biografia da família McCartney, encontrou nos arquivos da Biblioteca Central de Liverpool uma redação escrita por Paul aos 10 anos de idade.
Roach disse que o texto é “avançado – você diria que foi escrito por alguém com mais de dez anos de idade, talvez 14 ou 15”.
Uma noticia sem o mínimo de impacto, que só serve para mostrar o quando as pessoas gostam de idolatrar os outros. Talvez tenha alguma importância para o trabalho de pesquisa de Roach, nada mais.

Parte 2* O filme This Is It, que relata os últimos ensaios de Michael Jackson, bateu recorde de venda de ingressos antecipados. Em aproximadamente 2 horas, 3000 ingressos foram vendidos no ultimo domingo. Só no Japão, mais de US$1 milhão foram arrecadados na venda de ingressos. O filme so estréia no dia 28 de outubro, portanto daqui um mês. Visto todo o alarde e mistério que cercou o enterro do ídolo, caixão de ouro, luvas de pérolas, filhos desconhecidos, declarações dos mais diversos tipos, sem contar nas palavras sem conteúdo do senhor Joe Jackson, pai de Michael, os fãs parecem não estar se importando muito. O necessário é assistir ao filme como se fosse o ultimo show de Michael, é isso aí.
E é o que mais se tem lido e escutado ultimamente: morte e espolio de Michael Jackson e 40 anos de Abbey Road. Os Beatles de Jacko nunca sairão de moda.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

O mago das melodias

Quando eu era criança, uma coisa que gostava de fazer era fuçar nos discos e fitas de meu pai. Não era uma grande coleção, mas me chamava a atenção enormemente. Entre os títulos, alguns nunca me esqueço, como a trilha sonora de Saturday Night Fever, Children Of The World e Spirit Having Flown, dos Bee Gees, e um em especial: Captain Fantastic & The Brown Dirt Cowboy, de Elton John.

É bom frisar que não foi propriamente o som que me marcou, mas a capa. As musicas, só fui ouvir com atenção uns 15 anos depois. Passava horas e horas olhando para aquele emaranhado de figuras, tentando encontrar o máximo de “coisas escondidas”. Um homem carregando um relógio, um castelo de cabeças, mãos saindo da parte de cima de um chapéu, e uma profusão de animais estranhos. Fantástico, mesmo. Lembro que eu, meu irmão e meus primos levávamos muito tempo decifrando aquela capa. Essa que vocês estão vendo é só uma parte. Ao abrir o disco, vemos as duas, formando uma espetacular alucinação.

Quanto as musicas, se tratando de Elton John, ainda mais dessa fase, não é preciso dizer que são extremamente sensacionais. Com suas melodias cativantes, refrões bem estruturados e a típica musicalidade do artista. O titulo do álbum faz referência ao próprio Elton como Captain Fantastic e seu grande parceiro de composições, o letrista Bernie Taupin como o Brown Dirt Cowboy. Sendo assim, a obra funciona como uma autobiografia de ambos. A versão original do álbum, de 1975, possui apenas 10 musicas. Ao ser relançado em 1996, trouxe as faixas "Lucy in the Sky With Diamonds", "One Day (At a Time)" e "Philadelphia Freedom". A edição comemorativa dos 30 anos, de 2005, ainda trouxe a faixa “House Of Cards”, que havia saido como lado B de Someone Saved My Life Tonight, e um show gravado em junho de 1975, no estádio de Wembley. A magnifica arte gráfica desse disco é obra de Alan Aldridge, que já trabalhou com Cream, Beatles, The Who, Tears for Fears, entre outros.

O disco foi o nono da carreira de John, e o primeiro a alcançar o topo das paradas americanas, permanecendo durante 7 semanas no #1.

Não sei que fim deu o disco, assim como todos os outros da coleção de meu pai, só sei que guardo Captain Fantastic com enorme saudade.
Ah, hoje meu pai está completando 51 anos. Parabéns...

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Breve volta

Separados desde 1992, o PIL (Public Image Ltd.), de John Lydon, anunciou algumas datas para dezembro. Os shows servirão para comemorar o 30º aniversário de lançamento do disco Metal Box.
Lydon é o único remanescente do grupo, que contará com o guitarrista Lu Edmonds, do Damned, o baterista Bruce Smith, ex- The Slits e o baixista Scott Firth, que tem tocado com John Martyn e Elvis Costello.
Após sair dos Sex Pistols, no fim dos anos 70, Lydon formou o PIL, e lançou um álbum auto intitulado em 1978. O grupo gravou ainda mais 7 discos: Metal Box (1979), Flowers of Romance (1981), This is What you Want... This is What you Get (1984), Album (1986), Happy? (1987), 9 (1989) e That What is Not (1992).
O PIL é um dos grandes nomes do pós-punk, tendo colocado no seu som elementos da new wave e música experimental.
Ao longo dos anos, Lydon colecionou fãs aficcionados e críticos extremamente ácidos, o que o torna umas das figuras mais controversas e famosas do rock.

Os shows ocorrerão nas seguintes cidades:

Birmingham O2 Academy (15 de dezembro)
Leeds O2 Academia (16)
Glasgow O2 Academia (18)
Manchester Academy (19)
Londres O2 Brixton Academy (21)
Abaixo, o maior sucesso do PIL, "Rise" (#11 nas paradas inglesas), do disco Album.


O fantástico

Um quebrador de tambores e baquetas, um divisor de águas, apenas um maluco junkie e genial. Tudo isso pode ser atribuído a Keith Moon, o grande e eterno baterista do The Who.
Hoje faz 31 anos de seu falecimento, vítima de intoxicação por pílulas contra o alcoolismo. Se tratando de Moon, isso é um contra-senso, pois o homem era uma barril etílico e alucinógeno 100Hs por dia.
Nascido Keith John Moon em agosto de 46, começou cedo na bateria. Tendo como influencia o grande Gene Krupa e Buddy Rich, fato notório pela sua desenvoltura nos solos, Moon marcou a historia do Rock, e influenciou uma considerável leva de grandes bateristas. Gravou 11 álbuns (em estúdio) com o The Who, um disco solo e algumas participação aleatórias. A mais destacada é a faixa "Beck´s Bolero", que pode ser encontrada no clássico Truth, de Jeff Beck.
Moon faleceu dormindo, na noite de 7 de setembro de 1978. O musico havia voltado da estréia do filme The Buddy Holly Story. Morreu de uma overdose, no mesmo apartamento onde Mama Cass Elliott, do Mamas & Papas, faleceu 4 anos antes.
Apesar de suas loucuras e excentricidades, o baterista marcou a musica pela suas performances arrasadoras que, talvez, ele tenha morrido sem saber que eram tão incríveis.

sábado, 5 de setembro de 2009

A "gringa" brasileira

Talvez por ter feito a sua carreira inteira praticamente fora do Brasil, Flora Purim não é muito conhecida por estas bandas, não ao nível das cantoras nacionais consideradas medalhões.
Sua discografia é imensa, sempre mesclando com bom gosto a musica brasileira, jazz e qualquer outro ritmo que lhe caia nos ouvidos. Alias, esse é um dos grandes trunfos da cantora, a diversidade de sua obra, fora a sua bela voz. Um timbre preciso e límpido.
Dias desses eu estava escutando Flora Purim Sings Milton Nascimento (Nós Dois), lançado em 2001. O artista mineiro é meu cantor preferido, mas isso é papo bem pra frente.
O disco abre com uma linda e envolvente interpretação para "Maria Três Filhos", e foi essa a musica que mais me prendeu. O resto do disco fluiu de uma maneira tão normal e corriqueira que da a impressão de conhecê-lo desde sempre. Fora o repertorio que ainda inclui, por exemplo, "Nada Será Como Antes", "Tudo Que Você Podia Ser" e "Cais", o trabalho ainda conta com um time imensamente competente. Como já é costume, Airto Moreira, marido de Flora, na bateria e percussão, Nico Assunção e Sizão Machado no baixo, Luiz Avellar e George Duke nos teclados, e por aí vai. O que há de melhor na safra de músicos.

Flora Purim nasceu no Rio de Janeiro, em março de 1942. iniciou a carreira no anos 60, lançando um compacto duplo e posteriormente o disco Flora é MPB. Poucos anos depois se mudou para os Estados Unidos, onde conheceu os seus ídolos do jazz, participou do inicio da musica fusion e construiu toda a sua carreira. Gravou com astros como: George Duke, Gil Evans, Cannonball Adderley, Dizzy Gillespie and The United Nations Orquestra, Chik Corea, e tantos outros.
A cantora passa um bom tempo fazendo shows na Europa e Estados Unidos, acompanhando Airto, ou em sua própria carreira.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

A pregadora do Soul

Alguns dizem que ela foi a versão feminina de James Brown, claro que se trata de um exagero, e dos grandes. Sem dúvida que ele foi uma grande influência para a cantora.

A carreira de Lyn Collins realmente ganhou impulso pela participação na banda de Mr. Dynamite. Ela ingressou no grupo de Brown em 1971, na gravação de Wheel of Life. Seu primeiro trabalho solo foi Think (About It), de 1972. A faixa titulo se tornou o maior sucesso de sua carreira; foi escrita pelo próprio James Brown, que ainda fez outras 3 faixas do disco. A banda que acompanhou Collins são os JB´s, dispensam comentários.

Além de Brown, Bacharach (Reach Out For Me); Bill Wihters (Ain´t No Sunshine) e Gamble & Huff (Never Gonna Give You Up), também aparecem em composições abrilhantadas pela voz de Collins. Porém, órgãos de Igreja, vocais roucos, grooves e baladas emocionantes não conseguiram fazer com que o álbum fosse além da faixa titulo.

Continuou gravando e excursionado com Brown. Em 1975, saiu seu segundo disco Check It Out If You Don´t Know Me By Now. Com o mesmo time do primeiro, a fórmula manteve-se a mesma. Baladas, funks, soul, tudo o que o estilo pede. Back Stabbers, sucesso dos O´Jays; Don´t Make Me Over e If You Don´t Know Me By Now são algumas das boas composições que encontramos nesse disco.

Depois disso, Collins se tornou uma backing vocal permanente. Trabalhou em trilhas sonoras de alguns filmes e séries e nas décadas de 80/90 tentou uma volta, se envolvendo com a dance-music. Lançou as musicas Shout e Break Your Heart. Em 1993, foi convidada pela cantora Patra para participar da regravação de Think (About It).

Continuou a fazer turnês e participar de grandes festivais, como o Montreaux Jazz Festival. No entanto, uma arritmia cardíaca abreviou a vida da Female Preacher em março de 2005.
Tinha 56 anos.

Particularmente, acho que Lyn Collins foi uma das grandes cantoras de soul/funk, apesar do escasso material que gravou. Uma mistura de Aretha Franklin, Patti Labelle e Cheryl Lynn. Não mudou a historia da musica, mas tem seu lugar reservado. Vale a pena procurar.

Mais do que inspiração

Garoto prodígio, de assombroso talento e muito feeling. Este é Shuggie Otis. Tudo bem que hoje ele já não seja um garoto, mas isso é um detalhe pequeno, muito pequeno.

Sua carreira se iniciou na década de 60, numa gravação de “Country Girl”, musica de seu pai, Johny Otis.

O detalhe é que nessa época, Otis estava com 12 anos. Em 1969, tocou no álbum Kooper Sessions, que só foi creditado como All Kooper & Shuggie Otis quando Kooper prestou atenção no incrível trabalho realizado por aquele garoto.

Otis chegou aos 19 anos com um currículo absolutamente incrível: Frank Zappa, o já citado Al Kooper, Etta James, 3 discos solos e, ainda por cima, havia recusado o convite dos Rolling Stones para entrar na vaga deixada por Mick Taylor.

Depois de Kooper Sessions, lançou Here Comes Shuggie Otis (70), Freedom Flight (71) e Inspiration Information (74). Este é considerado a sua obra prima. O álbum é uma perfeita obra da musica negra, misturando funk, soul, R&B e jazz. Todas as musicas são muito boas, começando pela funky e sensual "Information Inspiration"; a experimental "Xl-30" ou a contagiante "Not Available".

O disco levou três anos para ser gravado, gastou uma considerável quantia e, no entanto, não alcançou grandes vendas. Foi o ultimato da gravadora Epic, que o despediu em 74 mesmo. Isso botou por água abaixo o próximo passo de Otis: um disco produzido por Quincy Jones.

Quase 30 anos depois, em 2004, o selo Luaka Bop, de David Byrne, realançou o disco com 4 faixas bônus: "Strawberry Letter 23", "Sweet Thang", "Ice Cold Daydream" e "Freedom Flight", todas do álbum de 71.

O compositor não parou a sua carreira por aí. Apesar de não lançar mais discos, se dedicou à produção de álbuns e algumas eventuais participações. Seu nome ganhou grande notoriedade quando Information foi relançado e pelo crescente uso de suas musicas em samplers de rap e hip-hop.

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails