segunda-feira, 24 de novembro de 2008

30 anos em uma noite

O público foi chegando aos poucos; belas garotas, pessoas tristes e outras felizes. Enquanto o tempo não passava, o jeito era tomar algumas cervejas e rodar pelo local. Uma lata de cerveja por R$ 6,00 é um absurdo, só amenizado pelas lindas garotas que estavam atendendo.

Nas caixas, o som era variado;Barry White, Bee Gees, The Cult, e até o clássico das pistas "The Rithm of the Night".

Depois da algumas latas e muitas idas ao banheiro, o ponteiro bateu 22:00Hs, e estava na hora do show...
O palco, mistura de Gotham City com guetos à Will Eisner, triste, soturno e imponente, tomou vida logo nos primeiros acordes de "The Valley", faixa que abre o mais recente disco da banda. Sem tempo para tomar fôlego já emendaram com a clássica "Planeth Earth" e "Hungry Like the Wolf".

A performance da banda estava excelente, com destaque para o vocalista Simon LeBon, que estava com a voz impecável e não escorregou um minuto sequer. O show foi recheado de clássicos, com canções de todas as fases da banda, como "Is There Something I Should Know", "Notorious", 'Wild Boys" e "Girls on Film" e "I Don´t Want Your Love".

As mais recentes, dos discos Astronaut e Red Carpet Massacre, também tiveram a sua vez, sendo que o público não interagiu muito nessas canções. Como era de se esperar, a maioria foi ao delírio com a dobradinha "Come Undone/Ordinary World", músicas que embalaram alguns casais na pista. Os músicos de apoio estavam numa noite inspirada, com destaque para os backing e o toque sutil do saxofone.

Assim como LeBon (novamente), que deu um show particular em "The Chauffer", com um super clima no palco. Já em "White Line", do disco de covers Thank You- onde tocaram um pedaço de "Pappa was a Rolling Stone", dos Temptations, foi a vez da banda se apresentar, com direito a pequenos solos dos músicos.
Falando nisso, o guitarrista Dom Brown, único que não é da formação clássica, se mostrou muito competente e profissional, sem esbanjar muito. Tocou o que a música pedia.

Já estava próximo das duas horas de show quando Roger Taylor iniciou a boa introdução de "Rio", clássico que, há um bom tempo, encerra as apresentações do grupo. Com autógrafo, bandeira brasileira no palco, 21 músicas e muitas palmas, o Duran Duran se despediu do público paulista, deixando muitas pessoas alegres, algumas indiferentes e outras com saudade.
Os "old romantics" fizeram um show incrível, na fria noite de sábado...



quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Zumbi se orgulha de seus filhos



Comemorando o "Dia da Consciência Negra" deixo uma breve saudação sobre a contribuição do povo negro para a música. Desde os "bluseiros" explorados no delta do Mississípi, passando pelos ícones do rock´n´roll em início, os lamentos do soul, os hinos religiosos (digo sobre a emoção passada através da voz), e tantas outras fases que a música teve nesses anos todos.

Chico Preto

(João Nogueira e Paulo César Pinheiro)

Nasceu moleque preto, é mane
Na zona do pecado, é negão
Cresceu dentro dos gueto, é mais um
Vivendo de armação, cafetão
Crioulo analfabeto, é ninguém
Foi marginalizado, é ladrão
Mas tem curso completo, é FEBEM
Pela contravenção, bandidão

Chico Preto, camarada
Os home tão querendo te mandar pro céu
Andaram te entregando, armaram uma cilada
Com as dica dos pé-sjuo, os cara de aluguel
Subiram o Cantagalo, entraram na Cruzada
Cercaram a Caixa-D'Água, invadiram o Borel
Passaram na Rocinha, fecharam a bocada
Já estão na Catacumba que é o teu quartel

É cheio de processo, ele é o tal
Tem retrato falado, ele é o bão
Pra todo lado impresso em jornal
Mas não pegou prisão, ele é o cão
Malandro de cadeira, é dotô
Jamais foi grampeado na mão
Na eterna brincadeira que entrou
De polícia e ladrão, tresoitão

Chico Preto, amizade
A tua vida é mesmo de tirar o chapéu
Pulando que nem sapo pra fugir das grade
Andando pelo mato que nem cascavel
Morando que nem rato só por liberdade
Vivendo que nem bicho num mundo cruel
Ganga Zumba do morro, Zumbi da cidade
A tua história um dia vai virar cordel


Nesse contexto floresceram gênios como, Ottis Reding, Ray Charles, Aretha Franklyn, Milton Nascimento, Wilson Simonal, Aretha Franklin, Menphis Slim, Roberto Ribeiro, Carlos Da Fé, Jorge Ben, George Benson, Michael Jackson, Stevie Wonder, Dionne Warwick, Emílio Santiago, e outras centenas de artistas. Pessoas que sempre lutaram pelo reconhecimento de seu trabalho, acima de cor, credo, raça ou qualquer item de exclusão. Líderes que sempre fizeram da voz sua a maior arma e forma de expressão, cantando músicas que deram vida e esperança, pararam movimentos, acompanharam outros. São pra essas pessoas que o dia de hoje é válido, não negando a origem, não calando diante dos tapas, não ficando encima do muro, apenas "sendo".

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

As últimas batidas


13 de novembro de 2008. Essa data marcou o fim de um epsodio na musica; Mitch Mitchell, 61 anos, foi encontrado morto em seu quarto de Hotel. O músico estava em turne pelos Estados Unidos divulgando a Experience Hendrix Tour, que tinha o objetivo de reunir músicos que conheciam Hendrix, como o próprio Mitchell, e também artistas mais novos, como o guitarrista Jonny Lang, influenciado por Hendrix. O músico fundiu rock e jazz num dos grupos mais espetaculares da década de 60.
Com a morte de Mitchell, um dos últimos pilares da bateria rock ruiu, aqueles caras que arrebentavam tudo e ainda sim contavam com grande técnica e habilidade. Suas baquetas foram se juntar as de Cozy Powell, John Bonham e Keith Moon.

Por aqui ainda sobram algumas lendas, caras como Don Brewer, Bill Ward e Bill Bruford, mas por quanto tempo?
Só resta colocar obras como "Fire", "Foxy Lady" e "Crostown Traffic" para ouvir, e imaginar que o papel das lendas realmente é esse: marcar uma época e depois seguir em frente...

Mitch Mitchel
9/7/1947 - 12/11/2008.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

A batalha do bolso


Neste fim de ano uma avalanche de shows esta caindo sobre o Brasil. A principal pergunta no meio de tudo isso é: como pagar tanto por tantos espatáculos?
Visto que o país é um dos campeões em preços altos, em se tratando de shows- os do R.E.M, realizados nesta semana, foram os mais caros de toda turnê americana-, o bolso do consumidor está em constantes apuros.

Porém 2009 já vem com o mega star Elton John e a sua turnê Rocket Man, que teve início em 2007, e já teve mais de 60 shows pela Europa, Ásia, Austrália, África e América do Norte. Mas isso aparentemente não vai abalar as carteiras de ninguém. Segundo o portal do UOl, os ingressos mais caros, no valor de R$ 550, já estão esgotados!!!

Certamente as pessoas que esgotaram tais ingressos podem ser divididas em duas partes: cambistas, sim aqueles seres nefastos que varrem as bilheterias como pragas do Egito, e os espectadores que vivem em outra realidade, aquela do Brasil burguês e reacionario, que compra cultura como compra laranjas, sem discernir entre as podres e as boas para consumo, não que o astro seja uma dessas laranjas.

Ponto para Elton John, que no alto de seus 40 anos de carreira ainda consegue arrecadar centenas de milhares de dólares tocando para plateias de FM, abrilhantando ainda mais a sua estrada de tijolos amarelos.

Fonte: http://noticias.bol.uol.com.br/entretenimento/2008/11/13/ult89u9860.jhtm

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