Chico Preto
(João Nogueira e Paulo César Pinheiro)
Nasceu moleque preto, é mane
Na zona do pecado, é negão
Cresceu dentro dos gueto, é mais um
Vivendo de armação, cafetão
Crioulo analfabeto, é ninguém
Foi marginalizado, é ladrão
Mas tem curso completo, é FEBEM
Pela contravenção, bandidão
Chico Preto, camarada
Os home tão querendo te mandar pro céu
Andaram te entregando, armaram uma cilada
Com as dica dos pé-sjuo, os cara de aluguel
Subiram o Cantagalo, entraram na Cruzada
Cercaram a Caixa-D'Água, invadiram o Borel
Passaram na Rocinha, fecharam a bocada
Já estão na Catacumba que é o teu quartel
É cheio de processo, ele é o tal
Tem retrato falado, ele é o bão
Pra todo lado impresso em jornal
Mas não pegou prisão, ele é o cão
Malandro de cadeira, é dotô
Jamais foi grampeado na mão
Na eterna brincadeira que entrou
De polícia e ladrão, tresoitão
Chico Preto, amizade
A tua vida é mesmo de tirar o chapéu
Pulando que nem sapo pra fugir das grade
Andando pelo mato que nem cascavel
Morando que nem rato só por liberdade
Vivendo que nem bicho num mundo cruel
Ganga Zumba do morro, Zumbi da cidade
A tua história um dia vai virar cordel
Nesse contexto floresceram gênios como, Ottis Reding, Ray Charles, Aretha Franklyn, Milton Nascimento, Wilson Simonal, Aretha Franklin, Menphis Slim, Roberto Ribeiro, Carlos Da Fé, Jorge Ben, George Benson, Michael Jackson, Stevie Wonder, Dionne Warwick, Emílio Santiago, e outras centenas de artistas. Pessoas que sempre lutaram pelo reconhecimento de seu trabalho, acima de cor, credo, raça ou qualquer item de exclusão. Líderes que sempre fizeram da voz sua a maior arma e forma de expressão, cantando músicas que deram vida e esperança, pararam movimentos, acompanharam outros. São pra essas pessoas que o dia de hoje é válido, não negando a origem, não calando diante dos tapas, não ficando encima do muro, apenas "sendo".
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