terça-feira, 4 de agosto de 2009

Um bolachão esquecido

Praticamente um desconhecido para muita gente, inclusive para este que escreve, Amado Maita foi um dos ilustres músicos da noite paulistana na década de 70.

Com uma vida muita curta, faleceu com 57 anos, e uma carreira fonográfica menor ainda, lançou apenas um disco auto intitulado, em 1972. Tive contato com sua obra faz pouquíssimos dias, e o que me chamou a atenção, fora sua voz, foi a musicalidade muito próxima ao que Milton Nascimento fazia em inicio de carreira. Uma mistura muito moderna de samba e jazz, acompanhada pelo sensacional Edison Machado na Bateria.

O disco é realmente muito bom, possuindo composições do próprio Maita e outras alheias. Faixas como “Reflexão”, “Samba do Amigo” e “Mariana” e “Sabe Você”, de Vinícius de Morais, mostram um artista dotado de extremo bom gosto. Com um timbre de voz melancólico na medida, boas letras e um excelente time de músicos o trabalho de Maita é uma pérola perdida na multidão.

Uma curiosidade. O pianista Guilherme Vergueiro, que participou do trabalho, diz que o Quinteto de Edison Machado foi chamado para tocar no disco. No entanto, Vergueiro e Edison foram expulsos pelo produtor, por serem “muito loucos”; foram pegos fumando um baseado no telhado do estúdio. Sendo assim, os dois gravaram apenas uma faixa, e não se sabe quem assumiu o lugar nas outras.

Como é raro encontrá-lo, resta a oportunidade de baixar uma cópia. Isso é muito mais fácil. Vale a pena.

Músicos :
Ion Muniz : Sax
Silas : Trombone
Guilherme Vergueiro : Piano*
Ricardo Pereira dos Santos : Baixo
Edison Machado : Bateria*
Arranjos : Mozar Terra
Músicas :
01 - Samba de Amigo
02 - Mariana
03 - Os Mergulhadores
04 - Cemiterio dos Vivos
05 - Piedade
06 - Gestos
07 - O Monstro Verde do Mal
08 - Sabe Voce
09 - Não Me Diga Adeus
10 - Reflexão

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