domingo, 16 de agosto de 2009

O groove de Nova Orleans e meu Brasil brasileiro

Foi uma bela tarde paulista. Com Sol na medida e um céu pincelado por poucas nuvens, a ida ao Parque do Ibirapuera prometia ser uma boa escolha para quem se aventurou em comparecer e assistir aos shows do Bourbon Jazz Festival. E foi.

No inicio da tarde, às 15h30, entrou em cena a Dixie Square Jazz Band. Meia hora depois foi a vez de Glen Davis Andrews. Até aqui eu não tenho praticamente nada para comentar, visto que cheguei atrasado para ver as duas primeiras atrações, tendo tempo de ver apenas o final do set de Glen Davis.

Já o show de Márcia Ball foi muito bom. Não conhecia a artista, e pesquisando um pouco, descobri que iniciou sua carreira ainda nos anos 70. Lançou o primeiro disco em 1978, Circuit Queen. Começou o seu contato com o piano aos 5 anos de idade, e mostra a sua habilidade nas teclas se apresentando frequentemente nos circuito de clubes em Austin, Nova Orleans e festivais no Canadá, Europa e Estados Unidos. Entre figuras pitorescas, “ares verdes” e latas de cerveja, pude admirar o excelente trabalho dessa artista texana.

Depois do show, era hora de procurar um banheiro, urgentemente. Coisas do corpo humano.
Às 19h00, o palco recebeu a ultima atração do festival: Kurt Brunus Project e convidados especiais, as cantoras Cynthia Bland e Yadonna West. Bem, acabei não assistindo a esse show, pois, fui atrás de comprar um ingresso para o evento que aconteceria no Auditório Ibirapuera: 3 Irmãos. Sendo que eles são, nada mais, nada menos que Amilton, Adylson e Amilson Godoy. Gênios na arte de reger, fazer arranjos, compor, ensinar, enfim.

Depois de comprar a minha entrada, rodei um pouco pelo parque. Quando me deparei com o parquinho, não deu outra, o espírito de criança falou mais alto. Fiz um pequeno exercício espiritual: brincar. Lógico que o executei num dos mais clássicos objetos de parquinho, o balanço.

E o tempo passou. Ainda voltei para o palco do Bourbon Fest em tempo de ver o final da apresentação de Kurt Brunus. Na verdade, só vi mesmo uma releitura para as clássicas "Let´s Get It On" e "Sexual Healing" do papa da soul, Marvin Gaye.

Já estava próximo do espetáculo no auditório. Pouco depois das nove da noite, e as luzes se apagaram. O palco estava extremamente harmonioso. A ala das cordas, dos sopros, duas baterias, dois pianos e percussão.

Depois de uma breve introdução e recomendações da casa, entram Frederico, Adriana e Tico Godoy, filhos dos homenageados, tocando "Linha de Passe". Depois, Amilson, ao piano e Julio Ortiz, no violoncelo, executaram "Bachianinha", do mestre Paulinho Nogueira. Amilson continuou em palco e recebeu Arismar do Espírito Santo, para tocarem Desequilibrando.

O Zimbo Trio, de Amilton, tocou "Incompatibilidade de Gênios". Ao longo do show, os seus envolvidos, com mais de 50 anos de histórias pra contar, fizeram o que sabem de melhor: musica. Só obras primas, como "Facho de Luz", "Zimbo Samba", "Água de Beber", "Gabriela" e "Tristeza Que Se Foi".

No final, uma grata visão, "Aquarela do Brasil" executada a seis mãos, coisa incrível. E pra fechar mesmo, um clássico do samba paulista: "Trem das 11".
Com acompanhamento da orquestra Arte Viva e ilustres, como a baterista Lílian Carmona, o show foi espetacular, coisa de encher os olhos. Só uma lembrança: na platéia, uma figura especial para os Godoy, a matriarca, recebeu uma singela homenagem, um simples Parabéns Pra Você, pelos 95 anos que irá completar.

Depois de tudo isso, chegou o momento de ir embora. Para quem tem carro ou pode pagar um táxi, ótimo. No meu caso, metro, trem e ônibus foi a solução.
Estava terminado o sábado.

Um comentário:

Slash disse...

eu tava lá no show também, muito bom! principalmente a marcia ball.

infelizmente, nao comprei o ingresso pra atração principal. fiquei com a companhia dos onibus de sao paulo, hehe. mas agora vi q seria melhor se tivesse assistido...

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