Benny Benjamim, Al Jackson, Clyde Stubblefield e Jabo” Starks
Hoje estou na pegada da bateria, já que é o instrumento que me dedico. No ultimo post, falei um pouco sobre Roy Haynes. Agora vou comentar sobre algumas das lendárias figuras da black music.
As voltas que a musica da. Quem pode imaginar aonde chegaremos, se pensarmos como as coisas eram feitas anos atrás?
A black music de hoje, com suas batidas manjadas, sem grooves, totalmente eletrônicas, não generalizando, é claro, ainda assim possui, em alguns de seus ritmos, as mais contagiantes levadas da musica.
A black music de hoje, com suas batidas manjadas, sem grooves, totalmente eletrônicas, não generalizando, é claro, ainda assim possui, em alguns de seus ritmos, as mais contagiantes levadas da musica.
Voltando no tempo. Um dos grandes responsáveis pelas clássicas levadas da funk music é Clyde Stubblefield; ele praticamente solidificou o ritmo como hoje ele é conhecido. Tudo começou em 1967, quando Mr. Dynamite (James Brown) lançou o disco Cold Sweet, que trouxe a clássica faixa título.
A caixa sendo tocada no lugar do bumbo, na segunda parte da musica, foi a grande inovação daquela faixa. No entanto, antes disso, caras como Al Jackson e Benny Benjamim já lançavam sementes do que viria a se tornar o funk. Jackson foi baterista da gravadora Stax, que contava com o grande produtor de hits, Issac Hayes. Junto com a baixista Donald Dunn desenvolveu o conceito conhecido como “the lock”, que consiste em tocar bumbo e baixo juntos, produzindo, assim, um efeito dançante.
Seu trabalho pode ser conferido no excelente Booker T. & The Mg´s.
Já Benny Benjamim foi responsável por alguns dos primeiros sucessos da Motown, como "I Was Made To Love Her", de Little Stevie Wonder; "I Second That Emotion", com Smokey Robinsosn & The Miracles e "Get Ready", dos The Temptations.
O marcante de seus trabalhos são as viradas usando surdos e tons, espetacular. Vale lembrar que Benjamim foi membro dos Funk Brothers, um grupo de músicos que tocou na grande maioria das gravações da Motown, de 1959 até 1972.
Em outras regiões norte-americanas o funk recebeu novos sotaques, com pegadas de musica latina ou forte influencia do jazz. Neste, talvez o mais notório seja “Ziggy” Modeliste, do The Meters, com sua fantástica independência e a forte marcação no bumbo.
Não me esqueci de Clyde! Dono de um vasto repertorio de grooves, ele recebeu o titulo de baterista mais copiado de toda historia. Não é pra desmerecer os outros, é claro, mas as suas levadas realmente se tornaram um paradigma, quando o assunto é funk.
Outro que se destacou na banda de James Brown foi John “Jab´O” Starks, tão seminal quanto Clyde. Certamente, não haveria como explicar o fenomenal Brown sem citar o nome desses dois marcantes bateristas.
O funk é um ritmo que não tem limites, assim como praticamente todos, quando executado por quem entende o que está fazendo, e isso não diz respeito somente aos leitores de partitura. De 1969 pra cá, são incontáveis os grandes bateristas que deixaram sua marca no funk. Nomes como: Fred White, David Garibaldi, James Gordon, John Robinson, Mike Clark e outros. Cada um com seu próprio sotaque e técnica, essenciais. Uma hora falo um pouco sobre esses caras.
Boa noite, regada à batidas sonoras.