quinta-feira, 9 de julho de 2009

A outra face

Atriz, cantora: Brigitte Bardot. Famosa por ser símbolo sexual do cinema, fato que muitas vezes é mais levado em conta do que os filme em que atuou,  propriamente ditos; além de seus inúmeros casos e descasos, com gente como Serge Gainsbourg, Roger Vadim e Bob Zagury, que a trouxe para o Brasil, entre as ondas da Bossa e a areia de Búzios.
Muitos podem não concordar com suas posições reacionárias e dos constantes problemas envolvendo seu nome e a proteção dos animais, mas não é disso que quero tratar.
Com mais de 50 filmes na carreira e uma modesta discografia, que inclui muitos singles, é inútil tentar passar incólume ao bom trabalho realizado em algumas de suas gravações, musicais e cinematográficas. Tudo isso, porém, custou caro para Bardot que, tal qual Michael Jackson e o rancho de Neverland, se viu obrigada a se retirar para sua mansão, La Madrague, e lá curtir a solidão que reside na vida dos mais badalados.
Enfim.
Brigitte Anne-Marie Bardot nasceu em 28 de setembro de 1934, em Paris. Da dança para a carreira de modelo e da lá para as câmeras não demorou muito tempo, e aos 17 anos estreou com o filme Le Trou Normand. Depois disso, se sucederam mais 15 filmes, ate que em 1956 sai aquele que a consagraria eternamente como símbolo do cinema: Et Dieu... créa la femme (E Deus Criou a Mulher). Se a sua carreira terminasse por aí, já era o bastante para colocar seu nome entre as inesquecíveis do cinema, pelo menos no quesito publicidade e falatório. A produção causou furor em muitos países quando exibida, transformando Brigitte numa sensação em poucos dias. Nos Estados Unidos,  o filme foi condenado pela Liga da Decência Católica, devido ao seu forte apelo sexual em torno da personagem Juliette (Bardot). Dentre as diversas cenas que chocaram a sociedade cristã americana, aquela em que Brigitte  dança descalça em cima de uma mesa é considerada uma das mais na longa  história do cinema (estamos falando de um filme dos anos 50, claro. Esqueça as produções de hoje e seu apelo sem fim).
Além disso, a atriz faz uso do biquíni, vestimenta até então muito contestada por uma sociedade conservadora, tornando-se definitivamente um sucesso a partir deste filme.
A trilha sonora desse filme trás composições de Paul Misraki, além de Solange Berry, Gilbert Bécaud e Sacha Distel, este um dos famosos e explorados casos da atriz. Como disse anteriormente, sua discografia não é extensa, se contarmos apenas os discos, não singles.

Seu primeiro lançamento foi o compacto L´Appareil a Sous, em 62, que continha a faixa título e
El Cuchipe de um lado, além de La Madrague e Les Amis De La Musique do outro. No ano seguinte sai o primeiro disco, Brigitte Bardot Sings, que reunia os seus singles lançados até então. Apesar de boas composições, parcerias com Gainsbourg, Sacha Distel e outros, a carreira de cantora nunca emplacou como um grande sucesso, ficando sempre em segundo plano na vida da atriz.
Em 2006, a Universal lançou a caixa Anthologie, que contem 45 canções, entre sucessos e raridades. Neste ano saiu Love is My Profession/ Une Parisienne, reunindo musicas que ela cantou em alguns de seus filmes. Briggite Bardot se afastou do cinema em 1973 com o filme L`Histoire Très Bonne Et Très Joyeuse De Colinot Trousse-Chemise. Uma carreira marcada pela alta exposição, inevitável, aos holofotes, filmes com notáveis do cinema, como o diretor Jean-Luc Godard e ao atores Jack Palance e Alain Delon. Bons discos que, mesmo não fazendo sucesso como os clássicos de Francoise Hardy, Jane Birkin ou Mireille Mathieu, mostram uma boa cantora que nem mesmo tinha pretensão de se tornar uma. Bardot é isso.

Para saber mais:Inicias BB (memórias) 1996
CASTRO, RUY: A onda que se ergueu no mar, cap.2, pág. 79. (2001)

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