segunda-feira, 20 de julho de 2009

Ainda uma boa safra

Alguns torcem o nariz, dizendo que não esta entre os grandes momentos do grupo nos anos 70. Outros idolatram como uma das grandes formações que a banda teve. Come Taste The Band, lançado em 1975, apesar de tudo isso, é um bom disco do tradicional Deep Purple.
Após a saída do conturbado e polêmico Ritchie Blackmore para formar o Rainbow, os integrantes tiveram a dura missão de substituir o eterno ídolo. Tommy Bolin, na época um jovem de 24 anos e que já havia tocado com nomes como James Gang e o incrível baterista Billy Cobham, no seu álbum de estréia, Spectrum, foi o escolhido. Aliás, este álbum foi exatamente o responsável pela escolha de Bolin. David Coverdale se lembrava de um incrível guitarrista que havia gravado Spectrum. Após alguns telefonemas, Bolin já estava reunido com a banda.
O álbum segue a mesma linha do anterior, Stormbringer, com pitadas de funk, influência de Glenn Hughes, a possante voz de Coverdale, o estreante, Bolin e o restante da formação clássica.

As duas primeiras musicas, “Comin´Home” e “Lady Luck”, seguem uma linha mais tradicional do hard-rock praticado pela banda. Com bons fraseados de Bolin e as famosas levadas de Ian Paice na bateria.
Já na próxima faixa, Gettin´Tighter, impera o tempero funk. Com um vocal no melhor swing Marvin Gaye, com direito a falsetes, Glen Hughes impera.
O disco segue num ritmo simples, sem grandes inovações, até chegar às duas últimas faixas: “This Time Around/ Owed To ‘G’” e “You Keep On Moving”. Na primeira, a interpretação de Glenn Hughes segue com os vocais na linha de Stevie Wonder, sua influência declarada, que, acompanhados de uma bonita cama de teclados, transformam a musica numa das mais emotivas do disco, até cair na parte instrumental, onde a banda demonstra toda a sua capacidade de criação.
A ultima musica do disco, que é a mais famosa, foi composta por Coverdale e Hughes. Ambos dividem os vocais nesta que, também, é uma bonita balada, fechando o disco em grande estilo.
Come Taste The Band não esta entre os maiores destaques do grupo, ficou em 19° nas paradas inglesas e 42° nos Estados Unidos. Com ele, se fechou o ciclo de David Coverdale, Glenn Hughes e Tommy Bolin na banda. O primeiro se lançaria ao estrelato com o Whitesnake, onde conquistaria arenas de fãs. Hughes se envolveu com inúmeros artistas, entre eles, Black Sabbath e Pat Thrall. Lançou bons discos solo e continua na ativa, com a voz ainda em grande forma.
Já Bolin não teve um grande fim. Em 1976, afundado nas drogas, Bolin perdeu a batalha para a heroína. Um grande talento que deixou, apesar da pouca idade, uma boa quantidade de bons trabalhos, como, o já citado Spectrum, de 1973; seus dois discos solo, Teaser, de 75 e Private Eyes, de 76; Bang e Miami, do James Gang, lançados respectivamente em 1973 e 1974.

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