sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

O irrequieto Zoólogo

“No tempo em que eu era rapaz, a boemia se centrava na Avenida São João, do Largo Paissandú um pouco para cima. Era uma boemia de bares de orvalho, de dancings que furavam cartão, de restaurantes de sopa barata de madrugada. Era uma boemia de conversas de pouca coisa e devagar por noite afora. Às vezes entrava no bar uma mulher de jeito preocupado, olhava bem na cara de todos e saía como tinha entrado- ia provavelmente para outro bar. Um dia pensei em fazer um samba que começasse: de noite eu rondo a cidade...”
A boa e velha São Paulo
Lendo essas linhas, fica difícil imaginar a cena ocorrendo nos dias atuais. Muitos dizem que “Ronda” é a música símbolo de São Paulo. Gostos à parte, Vanzolini possui, além da citada, um vasto leque de canções eternas. Com uma linguagem simples e ao mesmo tempo tão completa, é difícil dizer o que mais chama atenção em sua obra.
Vanzolini e Cristina Buarque
Nascido em São Paulo, em 25 de Abril de 1924, Paulo Emílio Vanzolini é, além de um exímio compositor, um dos maiores nomes da zoologia nacional, tendo sido premiado, em 2008, pela Fundação Guggenheim devido a suas contribuições para a ciência.
Lançado em 2002, pela gravadora Biscoito Fino, a caixa “Acerto de Contas de Paulo Vanzolini”, traz 4 CDs com treze faixas cada. Faz um belo apanhado da vasta obra musical do compositor, trazendo gravações de, Paulinho da Viola, Ana Bernardo, Eduardo Gudin, Carlos Vergueiro, Paulinho Nogueira, Márcia, Trovadores Urbanos e outros. O disco pode ser comprado pelo site da Biscoito Fino, ou em lojas especializadas.

“O que eu fiz é muito pouco,
Mas é meu e vai comigo(...)”
Paulo Vanzolini - Quando eu for, eu vou sem pena.

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