Até chegar ao Rio, com 16 anos, ainda passou por Piauí, Ceará, Pernambuco e Bahia. Lá trabalhou como ajudante de pedreiro, largando a profissão depois de ser desacreditado por um companheiro de serviço.
Zé Keti, Nara Leão e João do Vale
Foi Zé Kéti que o convidou ao Zicartola. Logo chamou atenção, devido a grande quantidade de musicas conhecidas que cantava e ninguém sabia que ele era o autor.
O pessoal do grupo teatral Opinião sempre ia ao local, e logo surgiu a idéia de um espetáculo reunindo Zé Kéti, Nara Leão, depois substituída por Maria Bethânia, e João.
Com a interpretação contundente que Bethânia mostrou em “Carcará” o nome do compositor ganhou grande renome. Apresentou-se pela Europa, Estados Unidos, Cuba e Angola.
João do Vale. Poeta do Sertão
Suas inúmeras composições, como “Pisa na Fulô”, “A voz do Povo”, ”Lavadeira e Lavrador”, “Sina de Caboclo”, “Segredo do Sertanejo” e “Minha História” ganharam interpretações de Jackson do Pandeiro, Clara Nunes, Nara Leão, Dolores Duran, Marlene, Ivan Lins e tantos outros.
Com sua fala rude e pouco estudo, mostrou que a sabedoria não se adquiri somente nos bancos de escola. Denuncias sociais, lamentos do sertanejo, a seca, tudo isso foi relatado por João do Vale, sempre de uma forma triste e verdadeira, de quem viveu na carne.
Faleceu em 6 de dezembro de 1996, num hospital de São Luís, após um derrame.
Com uma obra tão vasta e vigorosa o compositor é mais um que faz parte do “baú sem chave dos artistas brasileiros”, condenados eternamente a viverem na lembrança de pouquíssimos.
Inestimável.
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