domingo, 2 de maio de 2010

Daí sai o produto final

O sucesso de uma banda não esta ligado somente ao talento de seus músicos. Um serie de fatores delineiam esse talento. É claro que o principal é a capacidade do musico, mas um cara que tem papel primordial nisso tudo é o produtor musical.

Seja qual for a banda ou estilo, todos tem aquele produtor talentoso no que faz. Não faltam exemplos de bandas que só decolaram com o auxílio de um produtor específico, ou movimentos que ficaram marcados pelas bandas e produtores.

O primeiro exemplo é da banda Van Halen. Se o grupo está há mais de 10 anos sem lançar um disco de inéditas, certamente, se o fizer, o nome do produtor deve ser o de Ted Templeman.

A dupla Van Halen/Templeman trabalhou em seis discos, de 1978 até 1984, com mais de 40 milhoes de cópias vendidas, o que tornou a banda um dos maiores fenômenos de vendas da gravadora Warner. Ainda produziu algumas faixas em For Unlawful Carnal Knowledge, de 1991. Templeman começou produzindo o primeiro disco dos Doobie Brothers e estourou junto com a banda no segundo disco (Toulose Street, 1972), que trouxe o sucesso "Listen to the Music". Além disso, também trabalhou com o Montrose, que contava com o futuro Van Halen, Sammy Hagar. Van Morrison foi outro baneficiado, com destaque para o ao vivo It´s Too Late to Stop Now, de 1974. Quando David Lee Roth saiu do Van Halen, Templeman produziu seu primeiro e bem sucedido disco, o que veio a reafirmar o entrosamento do produtor com o nome Van Halen. O álbum alcançou o 4º lugar nas paradas da Billboard.

Outra dupla afiada foi Robert John "Mutt" Lange e Def Leppard, que trabalharam de 1981 até 1987, o que inclui os discos High´n´Dry, Pyromania e Hysteria. Sendo este último um dos discos mais vendidos de todos os tempos. Assim como Ted Templeman, a carreira de Mutt é marcada por inúmeros sucessos, como Highway to Hell e Back In Black, do Ac/Dc; 4, do Foreigner; Heartbeat City, do The Cars, além de produções para sua ex-mulher, a cantora country Shania Twain. Ainda trabalhou com o Def Leppard no disco Adrenalize, mas na produção executiva. Se o grupo é lembrado em grande parte como uma dos melhores da NWOBHM, muito se deve as intervenções de Mutt.

Falar em produtores e não citar os nomes de Norman Whitfield e Brian Holland é impossível. Esse dois solidificaram o soul e o funk nos anos 60 e 70. Colaboradores da Motown, por suas mãos passaram, entre outros, Marvin Gaye, The Supremes, Four Tops, Temptations e Edwin Starr. A lista de hit singles lançadas sob a batuta desses produtores é imensa, incluindo "Ain´t Too Proud Too Beg", "I Heard It Through The Grapevine", "Run Away Child, Running Wild".

Entre os que marcaram uma cena, o nome de Jack Endino, que produziu Mudhoney, Peral Jam, Soudgarden, Screaming Trees e o primeiro lançamento da banda que delineou os anos 90, Nirvana. Rick Rubin também marcou toda uma cena, quando co-fundou o selo Def Jam, produzindo artistas do Hip Hop, Rap e R&B, como Raisin Hell, do Run- D.M.C. e Licensed to Ill, do Beastie Boys. Além disso, produziu os clássicos Reign In Blood, South of Heaven e Seassons in The Abyss, do Slayer, e tantos outros artistas, como Metallica, Red Hot Chilli Peppers, Shakira e Johnny Cash, a série póstuma American Series.

O Brasil também possui seus mestres na produção. Perna Fróes, Marcelo Sussekind, Pena Schmidt, Liminha, Marco Mazzola, Adelzon Alvez e Guilherme Araújo são alguns deles.

Aliás, os quatro primeiros estavam na explosão do rock nacional nos anos 80, com bandas como Paralamas do Sucesso, Herva Doce, Titãs, Ira!, Magazine, Agentss, Lulu Santos. Adelzon, através do seu programa na Rádio Globo, Amigos da Madrugada, foi um dos responsáveis por nomes como Cartola, Nelson Cavaquinho e Silas de Oliveira serem valorizados como compositores do morro. Lançou João Nogueira, Roberto Ribeiro, além de dar os ajustes iniciais na carreira de Clara Nunes, que mudou o seu estilo ao ter seus discos produzidos por Adelzon.

Já Guilherme Araújo ganhou notoriedade na dirigindo o show ”Recital”, de Maria Bethânia. Teve papel fundamental na Tropicália, e mesmo no exílio de Caetano e Gil em Londres, além de começar a lapidar Gal Costa.

Liminha é outro que merece um destaque. Com produções que vão do puro soul/samba da Banda Black Rio, passando por Cabeça Dinossauro, dos Titãs, Selvagem, dos Paralamas e Nós Vamos Invadir Sua Praia, do Ultraje à Rigor, até a guinada na carreira de Gilberto Gil, com A Gente Precisa Ver o Luar e Um Banda Um o som é certeiro, e mostra uma sonoridade que virou marca registrada do produtor.

Não citei os casos de Quincy Jones/ Michael Jackson e George Martin/ Beatles, pois teria que fazer um texto apenas para cada um deles. E, assim como eles, outros nomes também ficaram de fora.

Ezequiel Neves, Eumir Deodato, Maurício Tapajós, Aloysio de Oliveira, Rildo Hora, Creed Taylor, Milton Miranda (outro que precisa de um post exclusivo), Phil Spector, Tony Visconti, Bernard Edwards e Nile Rodgers (que já falei aqui), Irving Townsend, este post é pra muita gente boa.

Boas Batidas!

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