sexta-feira, 19 de março de 2010

Paz, nem mesmo na morte

Quanto mais espremer o pano, mais dinheiro escorre dele. A morte de Michael Jackson ainda alimenta, e muito, o mercado do entretenimento. Duas recentes noticias afirmam isso. A primeira foi a assinatura milionária dos administradores do dinheiro do cantor para a venda de todo o catalogo de Jackson e lançamento de diversas gravações inéditas. A previsão é de que 10 discos sejam lançados nos próximos 7 anos.

O valor do contrato gira em torno de US$200 mi, podendo chegar até US$250 mi, dependendo da venda de discos antigos e raridades do cantor.

Desde sua morte, em junho passado, a gravadora Sony já vendeu cerca de 31 milhões de discos de Jackson. A esperança dos administradores é de que o dinheiro seja usado para pagar dívidas deixadas pelo cantor.

A outra notícia é a estréia do documentário “Gone too Soon” (Foi cedo demais), em abril próximo. Dirigido por Ian Halperin, autor de “Unmasked: The Final Years of Michael Jackson”, livro lançado um mês após a morte do cantor. O documentário será exibido no Mip TV, em Cannes.

Tive o desprazer de acompanhar a morte de alguns dos grandes ícones da musica, como Ray Charles, Barry White, James Brown e Tim Maia, mas nenhum deles me chamou mais a atenção do que a de Michael Jackson, provavelmente pelo fato de parecer que o cantor continua extremamente vivo, alimentando essa “roda viva” do entretenimento.

Indústria que se alimenta de pobres e ricos, não importa; faz com que qualquer artista se transforme em nosso amigo íntimo. Vendem uma imagem e martelam em cima dela, sem dar tempo de digerirmos qualquer coisa.

Aparentemente, Michael Jackson não conseguiu, nem na morte, aquilo que pediu em “Leave Me Alone” (Deixe-me me paz).

O “rei do pop” continua a ser coroado, ano após ano, porque a indústria precisa coroar alguém, mesmo que seja de maneira póstuma.

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