sábado, 4 de abril de 2009

Ainda Fa-Tal?

Sim, ela já teve a sua fase cabeleira, sem os blazers brancos, com roupas largas (ou a falta delas), contestação e talento. Este, aliás, dura até hoje.
Maria Da Graça Costa Penna Burgos, ou como ela canta “Meu nome é Gal”, quarenta anos de carreira, e muito mais do que quarenta sucessos.
Das musicas com um ar bucólico e minimalista de seu disco de estréia, dividido com Caetano, Domingo, passando pelos petardos psicodélicos e rockeiros, dos discos de 68 até 70, Gal explodiu com Fa-tal.
Esse clássico veio a consolidar um movimento e uma fase inteira na vida da artista. O disco/show é dividido em 2 partes: a primeira, com a cantora e o violão; a segunda, eletrificada pela guitarra do inesquecível Lanny Gordin e apoiada numa banda que contava com Jorginho Gomes, Novelli e Baixinho. Fa-tal (a todo vapor) representa um marco, não só pela obra em si, mas também pelo momento político/cultural no qual o Brasil estava enfiado, mergulhado até a cabeça no “calar os pensamentos”. Negro momento, triste momento, excelentíssimo disco.

Misturando os geniais Geraldo Pereira e Ismael Silva; passando por Roberto e Erasmo; Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira; pinceladas de Caetano, até os novatos Luiz Melodia e Jards Macalé o trabalho traz uma artista ainda em formação, lapidando a sua voz que a levaria, poucos anos depois, ao estrelato da MPB. O triste samba “Antonico”; a interpretação imortalizada de “Vapor Barato”; o canto melancólico de "Assum Preto”, ou ainda “Pérola Negra”, “De um Role” e “Hotel da Estrelas” são obras de beleza ímpar.

Com o disco India, de 1973, ela ainda manteve um certo ar de rebeldia, que iria diminuir gradualmente nos próximos lançamentos, mas sempre mantendo uma qualidade impecável.

Para mais detalhes, e novidades sobre a cantora, entre em http://www.galcosta.com.br/

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