quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Essas cidades

Às vezes penso que os shows de verdade ocorrem em duas cidades: Londres e Nova Iorque. Todas as outras cidades do mundo ficam com as sobras. É lógico que há uma tremenda loucura nisso tudo, pois esta frase não tem tanto fundamento assim. Mas é fato que, para quem mora nessas duas cidades, a probabilidade de ver uma variedade de bons shows é enorme. Locais não faltam, seja um bar com espetacular infra-estrutura ou acolhedoras e clássicas casas de show.
Sendo assim, quem estiver em Nova Iorque nos dias 29 e 30 deste mês terá a oportunidade de assistir dois shows em comemoração ao 25º aniversário do Rock and Roll Hall Of Fame. Os concertos serão no Madison Square Garden, e fazem parte de um tributo de dois dias à história do rock.
A programação é a seguinte:

Quinta-feira, 29 de Outubro
Bruce Springsteen & The Street Band
Simon & Garfunkel
Crosby, Still, Nash & Friends
Paul Simon
Stevie Wonder

Sexta Feira-30 de Outubro
Eric Clapton
Aretha Franklin
Metallica (com Ozzy Osbourne)
U2

Tudo bem. Se você estiver em Londres, no dia 25, poderá ver o show do The Faces, ex-banda de Rod Stewart e Ronnie Wood. Separados desde 1975, quando encerraram as atividades, o grupo irá contar com o tecladista Ian McLagan, o baterista Kenney Jones e o guitarrista Ronnie Wood, além de Bill Wyman (ex-Rolling Stones) substituindo o baixista Ronnie Lane, morto em 1997.
Já que Rod Stewart estará tocando nos Estados Unidos no dia o show, vão participar das vozes um grupo de vocalistas, incluindo a ex-Spice Girl Mel C, Mick Hucknall, do Simply Red e Mark King e Mike Lindup, ambos do Level 42, entre outros.
O show será no Royal Albert Hall, em celebração aos 75 anos do Members Benevolent Fund, fundo de amparo para músicos e suas famílias criado pelo PRS, órgão britânico responsável pela arrecadação de direitos autorais.
E por aqui ficamos com nossas pérolas nacionais, espalhadas pelos palcos brasileiros. E olha que isso é coisa que muito estrangeiro inveja, amém.

Confira programações completas:

Royal Albert Hall

Madison Square Garden

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

O gosto pelas crônicas


"Quando eu era menino, os mais velhos perguntavam: o que você quer ser quando crescer? Hoje não perguntam mais. Se perguntassem, eu diria que quero ser menino".


Não sei por onde começar. Pela morte ou nascimento, livros ou amizades? Não importa, Sabino esta alem desses temas.

Hoje, estaria completando 86 anos; ontem, fez 5 anos de sua morte. Escritor dotado de incrível senso para o humor, olhar aguçado do cotidiano, transformado em maravilhosas crônicas ao longo dos anos.

Me lembro que quando fiquei sabendo da morte de Sabino, algo mudou em mim. Por alguns anos, ele foi o escritor que preencheu dias e dias de minha vida. Devorava suas crônicas com extrema fome, saboreando e engolindo silaba por silaba.
Dentre todos os gêneros literários, a crônica é um dos meus preferidos, justamente por causa de Rubem Braga, Stanislaw Ponte Preta e, principalmente, Fernando Sabino.

Talvez ele tenha escolhido o dia mais propicio para seu nascimento, Dia das Crianças, totalmente justificável no seu epitáfio: "Aqui jaz Fernando Sabino, que nasceu homem e morreu menino.”
E foi isso que ele demonstrou durante sua vida, um olhar de criança sobre todas as mazelas de ser um adulto. Tudo vira historia, narrada, mudada, aumentada.

Entre contos, cronicas, romances e novelas, escreveu mais de 30 livros; difícil destacar algum. Posso citar: O Econtro Marcado (1954), primeiro romance; De Cabeça para Baixo (1989), sobre suas idas e vindas ao longo dos anos; O Homem Nu (1960), A Mulher do Vizinho (1962), A Companheira de Viagem (1965), Deixa o Alfredo Falar! (1976), todos de crônicas; Cartas na Mesa (2002), correspondências com os amigos Paulo Mendes Campos, Otto Lara Resende e Helio Pelegrino; Livro Aberto (2001), paginas soltas ao longo do tempo, como diz na capa. Bom, não consigo realmente destacar algum, todos apresentam uma unidade digna de figurá-los como grande obra literária.

Alem de escritor, Sabino foi nadador, funcionário público, produtor de documentarios, jornalista, critico literário, locutor de programa infantil, dentre tantas outras profissões. Estreiou em livro em 1941, com Os Grilos Não Cantam Mais, seguido de A Marca, em 1944. Em 1946, muda-se para Nova Iorque, onde reside por dois anos. Esse tempo ficou retratado no livro Cidade Vazia, de 1950. Somente em 1957 é que passa a viver exclusivamente de escrever. Fundou em 1960, junto com Rubem Braga e Walter Acosta, a editora do autor. Em 1964, é contratado, durante o governo João Goulart, para exercer as funções de Adido Cultural junto à Embaixada do Brasil em Londres. Em 1967, fundou, com Rubem Braga, a Editora Sábia, responsável pela difusão no Brasil de nomes como Mario Vargas Llosa, Jorge Luiz Borges, Pablo Neruda, Gabriel Garcia Márquez e Manuel Puig. Em 1979, retoma e acaba em dezoito dias “O Grande Mentecapto”, livro que havia iniciado 33 anos antes. A obra foi adaptada para cinema e teatro.

Em 1999 recebeu o Prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto de sua obra. No fim do discurso, algumas palavras que sintetizam a sua carreira de escritor: “falei que escrevo crônicas, entre um romance e outro. Para encerrar esta crônica-discurso autopromocional, devo confessar que, alem de alguns livros de contos de novelas, escrevi três romances: “O Encontro Marcado”, inspirado no jovem que fui; “O Grande Mentecapto”, no doidivanas que continuo sendo; “O Menino no Espelho”, na criança que eu gostaria de voltar a ser”.Doou o prêmio de R$40 mil para crianças carentes, ato que já havia feito em 1992, quando foi premiado pelo livro “Zélia, Uma Paixão”.


E Sabino se foi.
O menino voltou para o espelho.
Alfredo falou, gritou, chorou.
Viramundo se desvirou para a despedida.
Tudo ficou de cabeça para baixo, e Sabino
foi para cima.
Foi se encontrar com Paulo, Otto, Helio;
O encontro marcado.
A cidade ficou vazia, foram todos se despedir.
A falta que ele fará,
vocês não imaginam.
No tabuleiro de damas
uma partida de 80 anos,
enfim acabou.
As lacunas ficaram sem peças,
só restaram as lembranças
da grande mente de Sabino.
Mauro, Geraldo, Seu Marciano,
Eduardo, Hugo, até a mulher do vizinho
e a companheira de viagem,
todos foram à despedida.
Naquele dia, os grilos cantaram sem parar,
E quando o esquife desceu 7 palmos
1000 palmas se fizeram ouvir
Adeus, Sabino.
14/10/2004
Escrevi isso poucos dias depois dele falecer, sem pretensão nenhuma, só palavras bobas.

sábado, 10 de outubro de 2009

Saindo de casa

Com 64 anos, 38 de carreira, a cantora Carly Simon fará seus primeiros shows no velho continente. Parece estranho, mas é isso mesmo. Autora de musicas como "You´re So Vein", "Antecipation" e outros sucessos, a artista estará divulgando seu último disco, Never Been Gone.
Carly Elisabeth Simon nasceu em Nova Iorque em 1945. Iniciou a carreira no inicio da década de 1960, ao lado de sua irmã. O primeiro álbum é de 1971, mas foi com o terceiro disco, No Secrets, de 1972, que a cantora começou a ganhar fama. O trabalho trouxe a musica "The Right Thing To Do" e "You´re So Vain" como grandes destaques.
Dois fatores que impedem a artista de se deslocar tanto para shows são: o medo dos palcos e de voar.
"Gosto de tocar em lugares pequenos, porque sou muito melhor em um ambiente intimista do que em uma casa de show grande onde não vejo ninguém. Eu realmente gosto de ver as pessoas para as quais estou cantando", disse a cantora em entrevista para a Reuters.
Quanto as primeiras aparições em terras européias Carly falou: "vou fazer o que Elvis deveria ter feito", referindo-se ao fato de que o Rei do Rock nunca se apresentou fora dos Estados Unidos.
Fonte da materia: G1

sábado, 3 de outubro de 2009

Um modelo seguido

Grande fã de Frank Sinatra e Tony Bennett, sempre tentou chegar ao máximo perto de seus ídolos, como cantor. Além de um exímio interprete, é um grande compositor, com uma carreira que já passa dos 30 anos. Este é Scott Walker.

Nascido Noel Scott Engel, em janeiro de 1943, começou a carreira ainda menino, em fins da década de 50. Ganhou fama quando formou os Walker Brothers, com John Maus e Gary Leeds. O grupo lançou inúmeras baladas, sendo que o primeiro grande êxito foi com a gravação de “Make it Easy on Yourself”, da dupla Bacharah/ Davies, alcançando o #1 na parada inglesa e #16 na americana.
A musica foi seguida dos sucessos "My Ship Is Coming In" e "The Sun Ain't Gonna Shine Anymore". Já nessa época, por volta de 1966, Walker chamava a atenção pela exuberância de sua voz. O grupo acabou em 67, voltando para uma breve turnê no ano seguinte. Seus últimos singles foram "Stay With Me Baby", que ganhou excelente regravação do Whitesnake anos depois, e "Walking In The Rain".

O primeiro disco solo de Walker foi gravado ainda em 67, com o simples título de Scott. O trabalho trouxe 2 gravações de uma de suas maiores influências: o compositor belga Jacques Brel. Walker seguiu nos seus discos auto-intitulados até 69, quando lançou Scott 4, considerado um de seus melhores trabalhos, e que musicas como “The Sevent Seal”.
O cantor se reuniu com os Walkers Brothers em 1975, lançando três álbuns: No regrets, Lines e Night Flight.

Seu último trabalho foi The Drift, de 2006. No mesmo ano foi lançado o documentário Scott Walker 30 Century Man.
O musico não é tão conhecido, muito pela pouca ou nenhuma vontade de apareçer, sendo extremamente reservado em sua vida. Walker é mais do que um ótimo compositor, tendo influenciado um considerável time de notáveis, como David Bowie, David Sylvian, Sting, entre outros.
Para quem quiser conhecer um pouco de sua extensa obra, uma ótima pedida é a compilação No Regrets. The Best of Scott Walker & The Walker Brothers.




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