Hoje o dia amanheceu cinza, sem nada de ímpar, bom para ler um livro, estirado no sofá ou com os pés sobre a terra, naquela varanda cheia de árvores.
Sempre gostei de poesia. Desde criança me enfio em meio às palavras que se encontram, rimam e tomam um novo significado. Confesso que em muitos casos fico com uma dúvida eterna quanto ao real valor daquelas letras. Códigos, apenas brincadeiras ou sentimentos indecifráveis?
Não é possível ler um poema como simples literatura cotidiana. Tal qual uma crônica que lhe delicia numa tarde qualquer, de chuvas nas janelas, triste vento assobiando...
Sempre gostei de poesia. Desde criança me enfio em meio às palavras que se encontram, rimam e tomam um novo significado. Confesso que em muitos casos fico com uma dúvida eterna quanto ao real valor daquelas letras. Códigos, apenas brincadeiras ou sentimentos indecifráveis?
Não é possível ler um poema como simples literatura cotidiana. Tal qual uma crônica que lhe delicia numa tarde qualquer, de chuvas nas janelas, triste vento assobiando...
O lirismo de Castro Alves, o jogo de palavras de Manuel Bandeira, os sonetos de Bilac, Augusto dos Anjos, Alceu Wamory, não há como lê-los como simples folhetos.
Centenas de vezes me entreguei a essa árdua tarefa de escrever sonetos, redondilhas, simples versos desconexos. Algumas vezes obtive certo êxito, mas na maioria fiquei lendo aquelas palavras e não consegui chegar à lugar algum. Isso não é para leigos, advertência de minha mente.
É por isso que tenho ciência de que há muito para aprender, e talvez seja necessário algumas “reencarnações” para tanto saber.
Bem, vamos ao ponto. Usei dessa pequena introdução porque há, entre tantos poemas que me acercam, um que não consigo parar de pensar. Não ele todo, mas três “simples” palavras: MUNEVADA GLIMOU VESTASSUDENTE.
Essa frase se encontra na introdução da segunda parte do poema Sombra e Luz, no livro O Encontro do Cotidiano, de Vinicius de Moraes.
Faz um bom tempo que elas mexem comigo, o que querem dizer? Uma língua morta, um sonoro palavrão, ou quem sabe não queira dizer nada?
É isso que me fascina nos poemas, o decifrar incessante de pensamentos alheios, a constante dúvida de pensar que sei algo e no fim reaprender, não que isso seja exclusivo da poesia.
Centenas de vezes me entreguei a essa árdua tarefa de escrever sonetos, redondilhas, simples versos desconexos. Algumas vezes obtive certo êxito, mas na maioria fiquei lendo aquelas palavras e não consegui chegar à lugar algum. Isso não é para leigos, advertência de minha mente.
É por isso que tenho ciência de que há muito para aprender, e talvez seja necessário algumas “reencarnações” para tanto saber.
Bem, vamos ao ponto. Usei dessa pequena introdução porque há, entre tantos poemas que me acercam, um que não consigo parar de pensar. Não ele todo, mas três “simples” palavras: MUNEVADA GLIMOU VESTASSUDENTE.
Essa frase se encontra na introdução da segunda parte do poema Sombra e Luz, no livro O Encontro do Cotidiano, de Vinicius de Moraes.
Faz um bom tempo que elas mexem comigo, o que querem dizer? Uma língua morta, um sonoro palavrão, ou quem sabe não queira dizer nada?
É isso que me fascina nos poemas, o decifrar incessante de pensamentos alheios, a constante dúvida de pensar que sei algo e no fim reaprender, não que isso seja exclusivo da poesia.
Vinícius nunca foi meu poeta favorito, tampouco gosto daquela imagem cega de maior poeta lírico e tudo o mais. O que me encanta nele é aquela aura de poeta, que exalava com tanta simplicidade. A entrega incessante de compartilhar, ao mesmo tempo, o amor, puro e carnal e o amor literário. Sem dúvida está entre os grandes do estilo. Estilo esse que, por ser tão complexo, seria impossível, e até mesmo insensato, dizer que existe um "melhor".
Enquanto não acho o sentido de suas palavras, fico por aqui, mexendo em velhas páginas amareladas, com cheiro de conhecimento. Algumas confusas, outras óbvias, tão óbvias que também confundem. Provavelmente, quando descobrir o sentido dessa frase, algo se perderá, como uma coisa que desejamos muito e, quando conseguimos, toda aquela sede se vai.
Enquanto não acho o sentido de suas palavras, fico por aqui, mexendo em velhas páginas amareladas, com cheiro de conhecimento. Algumas confusas, outras óbvias, tão óbvias que também confundem. Provavelmente, quando descobrir o sentido dessa frase, algo se perderá, como uma coisa que desejamos muito e, quando conseguimos, toda aquela sede se vai.
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