Acompanhei atentamente ao show de
Robert Plant, infelizmente pela TV, que o inglês apresentou hoje aos
brasileiros, no festival Lollapalooza. Fato é que venho assistindo às suas
apresentações ao longo da turnê, coisa que o youtube, felizmente, permite maravilhosamente.
Quando um artista tem mais de 50
anos de palco e integrou um dos mais contundentes grupos de rock da história,
fica difícil contemplar um set suficientemente satisfatório ao publico. Dessa
forma, Plant mescla Led com África e carreira solo, mais Willie Dixon e Bukka
White, tudo alinhavado com uma classe sobrenatural.
Após o show, li algumas matérias
a respeito do concerto, as quais me incomodaram sobremaneira. Em uma delas, o
repórter diz que o excesso de misturas introduzidas por Plant durante o show
deixam o ambiente morno; já outra reclama da potência vocal do cantor. Oras,
penso comigo, essa mistura funcionou em “todos” os shows da turnê. O senhor vem
de uma sequência de concertos e festivias onde desfila pedradas como Tin Pay
Valley, Turn it up, Bron-Y-Aur Stomp, Communication Breakdown, e onde jamais
deixa a chamar se apagar. Como pode manter a voz cristalina?
Bom, a verdade é que você pode
admirar vários Plants. O gritador afinado dos anos 60 ou o homem com 20 pulmões
dos anos 70. Também pode escolher entre o senhor empetecado dos anos 80 ou o pacato
dos anos 90. Pode ainda se decidir entre o homem que renasceu neste século, ou
então o cantor dos Honeydrippers, a lenda que voltou com o Led, que flertou com
o country (bobagem, posto que ele sempre usou e abusou do estilo), enfim.
O que parece é que hoje, beirando
as sete décadas, Plant é um cantor pleno e maduro, sabedor de seus limites,
conhecedor de seu potencial e absolutamente completo, como Sinatra, Bennett ou
Aznavour. Justiça seja feita, alguns jornais corroboraram minhas ideias.
Nobody's fault but mine
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