quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Uma voz para poucos ouvintes

Sempre achei que existem muitos cantores sem o devido crédito aqui no Brasil. Um, em especial, é Emílio Santiago. Artista que nos remete aos grandes mestres do rádio. Aqueles "cantores" que realmente sabiam usar o instrumento sem sair do tom, gritar ou algo assim. Vozes de veludo.

Santiago lançou o primeiro disco em 1975. A seleção de músicos é uma constelação. Dentre eles, Hélio Delmiro, João Donato, Vitor Assis Brasil, Wilson das Neves, Laercio de Freitas, a banda Azimuth, Marcio Montarroyos, Paulo Braga, Novelli e outros. O suingue maravilhoso em "Bananeira", de João Donato; o soul/reggae de "Brother", de Jorge Ben; "Negra Dina", do mestre Zé Keti e a divina interpretação de "Doa a quem Doer" de Ivan Lins, apesar de belos momentos, não foram o suficiente para marcar época. O disco não obteve grande sucesso.
Até 88, Santiago já havia lançado 11 discos, todos com "pouca repercussão".

O sucesso só veio com a série de 7 discos intitulada "Aquarela Brasileira". Nos discos foram interpretadas diversas canções famosas da MPB. Entre 90 e 93 emplacou os sucessos radiofônicos "Saigon" (89), "Verdade Chinesa" (90) e o dueto com Verônica Sabino "Tudo que se quer" (93). Em 95 deixou as "Aquarelas" para traz e lançou o disco "Perdido de amor", um tributo a Dick Farney.

Ainda lançou um tributo a João Donato e um disco só de bossa nova. Talvez por falta de divulgação, material monótono (em algumas ocasiões), ou puro descaso do público, Emílio Santiago nunca teve o real valor que sua carreira impõe. Imperativo dizer que em todos os trabalhos a voz de Santiago sempre manteve o mesmo padrão, cantando boleros, soul, samba e tudo o que lhe cair nas mãos, ou melhor, na voz. O último trabalho do cantor foi o álbum "De um Jeito Diferente", lançado em 2007.

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