O termo “datado” pode parecer
diminutivo para alguns artistas, principalmente quando, no anseio de
permanecerem com ou resgatarem uma aura que já não lhes pertencem, abusam de
sonoridades insossas ou deslocadas. Claro, milhares de grupos se mantém firmes
aos seus propósitos com o passar dos anos, com uma ou outra mudança, e nesse
balaio podemos colocar os Rolling Stones, Ac/Dc, Tower of Power, Toto ou
Motorhead, dentre tantos outros.
Mayer Hawthorne não é mais um
novato no mundo da música e, talvez, seja injusto dar a ele o título de datado.
Desde a sua estreia, com “A Strange
Arrangement”, aos 30 anos, em 2009, até o mais recente trabalho “Man about town”, o multi-instrumentista
sempre andou numa estrada já pavimentada, apenas colocando pequenas modernidades,
quase imperceptíveis, em suas músicas.
Do som da costa oeste norte
americana, apimentado por São Francisco e California, passando pela surf music,
doo-woop, o soul da Motown e Stax até chegar nas pick-ups dos anos 80 e 90, não
há musica de Hawthorne em que não se encontre uma pincelada de coisa antiga,
mas ainda pungente, forte, maciça.
Se no início da carreira ele se
assemelhava a um Smokey Robinson repaginado, agora ele se encontra como uma
mistura entre este e o duo Hall & Oates. Aliás, talvez essas sejam duas das
influências mais marcantes, aos menos à primeira audição, no trabalho de
Hawthorne. Mas cabe destacar, no entanto, que apesar desse ar retro, Mayer
sempre apresenta uma toque de frescor e juventude. Algo como uma fusão entre os
artistas da Daptone Records, onde se destacam, entre outros, Charles Bradley, Sharon
Jones e The Frightnrs com a modernidade dos anos 2000.
Boas Batidas, ao som de Mayer
Hawthrone.
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