Muitos anos depois dessa pérola
de Lupicínio, o seu tema continua ainda em alta: a eterna volta. Nesse caso,
ressalta-se, a volta das bandas.
Recentemente, foram anunciados
dois shows do Guns´n´Roses no festival Coachella, previstos para os dias 16 e
23 de abril próximo. Até aí, nenhuma novidade. O que pega mesmo, e isso é
realmente inusitado, é que o show reunirá no palco, depois de longos 23 anos,
Axl, Duff e Slash juntos.
Em 1993, quando o Guns se perdeu,
a banda era considerada um fenômeno imbatível. Arenas lotadas, vendas
frenéticas, boas músicas e um intenso choque entre seus integrantes, entenda
como drogas, ego, empresários, muita grana e mais droga e empresários e ego.
Cabe lembrar que já nessa época o grupo não era mais o quinteto clássico, que
gravou, incrível!!!, o único disco fantástico na escassa discografia da banda.
Além dos três integrantes já citados, ainda contavam com Izzy Stralin e Steven
Adler.
O gesto de mil palavras? |
Afinal de contas, o que, quanto
vale a pena a tal reunião da formação clássica, ou formação original? E aqui eu
me refiro a todas as bandas, não apenas ao quinteto norte-americano.
Em 2011, Ozzy anunciou que
reuniria o Black Sabbath original para um disco de inéditas e uma turnê
mundial. A notícia causou grande alvoroço, como era de se esperar. O problema
foi que o baterista Bill Ward, por divergências até hoje estranhas – terá sido
apenas dinheiro mesmo? – pulou do projeto, sendo substituído por Brad Wilki no
disco, e por Tommy Clufetos na turnê.
Obviamente que houve grande
chiado das pessoas, dizendo que aquilo não era o Black Sabbath, pois não tinha
o baterista original. Logo eles, que tiveram tão poucas formações ao longo das
décadas...
O Van Halen é outra banda que
sofre com isso. Sai Hagar, entra Dave, que sai para entrar Hagar, mas hoje, por
enquanto, está com Dave, e por aí vai.
A pergunta principal aqui é: quem
é quem na caracterização das bandas?
O Whistesnake clássico é o com a
dupla Micky Mood e Bernie Mardsen ou com John Sykes apenas? Ou será com o
baterista Tommy Aldridge, ou Cozy Powell? E o Judas Priest? Halford, K.K., Glen,
Ian e qualquer baterista, ou só com o Dave Holland, ou seria apenas com Scott Travis?
E o Journey, Yes, Europe, Scorpions, Rolling Stones, Megadeth, Annihilator?
Além desse assunto interminável,
contamos também com a (boa) vontade dos músicos de toparem essas reuniões.
Lemmy morreu recentemente sem ter topado com a reunião da era Fast Eddie e
Animal Taylor. O Skid Row virou uma banda de fofoqueiras rancorosas. Os Smiths,
leia-se Morrisey e Johnny Marr, jamais aceitaram uma reunião.
Ao longo dos anos, são inúmeras
as bandas que se dissolvem, mantém apenas um membro original, 1/3 da banda,
mudam todos os integrantes, vem e vão. O que fica disso tudo é sempre, e exclusivamente,
a música. Não cabe aqui discutir a qualidade de tal material, apenas que é esse
o intuito das bandas: gravar, tocar, ganhar dinheiro, independentemente de quem
estiver no palco.
Para finalizar, ressalto, claro,
que algumas formações são marcantes e essas, para os fãs, viram um totem de
adoração infinita e indiscutível.
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